A colocação da prótese de silicone é um sonho para muitas mulheres. Antes de realizar o procedimento, porém, é importante estar ciente de todos riscos envolvidos, mesmo que sejam mínimos.
De acordo com um estudo publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, as complicações mais comuns em procedimentos de implantes mamários são: hematomas (1,5%), infecções (1,1%) e contraturas capsulares (0,5%).
Mas afinal: o que é contratura capsular?
A contratura capsular é a principal causa de trocas de implante atualmente e acontece quando surge uma película no entorno da prótese, causando o endurecimento e a compressão do implante. Essa é uma reação natural do nosso corpo, que entende que a prótese é um corpo estranho e forma essa camada com o objetivo de isolá-la do resto do organismo.
O risco de contratura é baixo, mas é possível diminui-lo ainda mais realizando protocolos durante a cirurgia. Existem 14 pontos que norteiam esse processo.
Dr. Mario Bongiolo, (CRM PR: 23809/ RQE 1970) cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em Prótese Mamária de Recuperação Rápida (Fast Track Recovery), explica que, ao realizar os seguintes pontos de segurança, os riscos de contratura capsular diminuem drasticamente.
Confira quais são eles:
- Utilizar o sulco da mama para colocação da prótese
O sulco é o espaço abaixo da mama, localizado entre o tecido mamário e acima dos músculos que envolvem o tórax. Este é o local em que deve ser colocada a prótese de silicone. Procure um cirurgião que evite a colocação pela aréola ou pela axila, pois são locais com maior chance de contaminação. - Usar antibiótico durante a indução anestésica
O antibiótico é utilizado como um fator de prevenção de infecções. Deve ser ministrado junto aos primeiros medicamentos para o início da cirurgia. - Não utilizar drenos
O dreno pode levar a alguns riscos além da contratura, como infecções, sangramentos ou perfuração de órgãos: esta última sendo uma complicação mais rara. - Optar pela técnica de colocação Dual Plane
Esta é uma técnica músculo-peitoral que recobre parcialmente a prótese mamária. Dessa forma, é possível ter uma recuperação mais rápida e aspecto mais natural das mamas. - Utilizar protetores nos mamilos
Este passo é muito importante para evitar o contato com a prótese, pois na superfície da pele pode haver bactérias contaminantes. - Realizar uma dissecção atraumática e com pouco sangramento
O cirurgião deve ser bastante cuidadoso e delicado durante o procedimento, causando o mínimo de trauma tecidual possível. Assim, a recuperação também pode ser mais rápida e com menor desconforto. - Utilizar um funil para colocação do implante de silicone
Dessa forma, o implante não terá contato com a luva cirúrgica nem com a pele da paciente, reduzindo os riscos de contratura e de infecções. - Irrigar todo espaço onde a prótese vai ficar, com uma solução tripla de antibiótico
Este é um importante passo para que o implante seja colocado em um ambiente de alta assepsia. - Realizar uma hemostasia prospectiva com muito cuidado
A hemostasia prospectiva é um termo utilizado para descrever a prevenção aos sangramentos ao longo de um procedimento cirúrgico. Esse passo reduz consideravelmente a dor no pós-operatório e evita complicações futuras. - Retirar o implante da embalagem somente no momento da colocação
Essa é uma etapa que reduz os riscos de contaminação da prótese. - Limpar todos os instrumentos utilizados toda vez que tiver contato com o implante mamário.
É muito importante realizar a troca das luvas cirúrgicas e trocar ou esterilizar todos os instrumentos cirúrgicos todas as vezes em que tiver contato com a prótese mamária. - Realizar o fechamento da incisão em camadas
- Evitar o uso de provadores
Tirar e remover o implante várias vezes pode gerar trauma desnecessário na pele. - Evitar a dissecação do tecido mamário
Lembre-se desses pontos de segurança quando realizar sua consulta com o cirurgião plástico. Sabendo que o profissional toma todos estes cuidados durante o procedimento, as chances de sucesso na colocação do implante serão muito maiores.
Dr. Mario Bongiolo, cirurgião plástico, CRM PR: 23809/ RQE 1970.