A reforma tributária que se desenha no Brasil, com a reoneração da folha de pagamento, está provocando discussões e desafios para empresas de diferentes setores. A medida, que entrará em vigor gradualmente a partir de 2025, traz mudanças significativas no panorama fiscal brasileiro.
Embora muitos empresários ainda possam respirar aliviados com a possibilidade de implementação gradual até 2028, o alerta é claro: a preparação antecipada será crucial para garantir a competitividade e sustentabilidade dos negócios em um ambiente fiscal mais desafiador.
A necessidade de planejamento estratégico
Para os CFOs (Chief Financial Officers) e gestores financeiros, a reforma tributária não deve ser encarada apenas como uma obrigação fiscal, mas como uma oportunidade estratégica de reposicionamento e de melhoria da competitividade das empresas. No entanto, isso só será possível se houver um planejamento estratégico bem estruturado que antecipe os impactos dessa mudança e aproveite as oportunidades que surgirão.
A reoneração da folha de pagamento, que afeta diretamente 17 setores da economia, tem o potencial de aumentar os custos tributários e mudar a estrutura financeira das empresas, principalmente aquelas cujos maiores custos estão concentrados na folha de pagamento.
Setores de serviços, indústrias e outros que dependem intensamente da força de trabalho serão os mais impactados. A medida, que já entrou em vigor de maneira imediata em abril, tem um efeito previsível de aumento de impostos, estimado em mais de R$ 11 bilhões, o que exigirá uma revisão profunda das estratégias financeiras das empresas.
A visão do IBEF-PR
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR), por meio de especialistas como Hadler Martines, coordenador do Comitê Tributário e Empresarial, destaca a importância de uma preparação antecipada para as mudanças tributárias.
O IBEF-PR alerta que a revisão das receitas e custos deve ser feita desde já, adequando as empresas ao futuro crescimento dos tributos. Com um planejamento sólido, as empresas podem reduzir os impactos negativos dessa transição e garantir um melhor aproveitamento dos recursos, minimizando os riscos de sobrecarga tributária no futuro.
“Quanto antes for definida a estratégia tributária, menor será a chance de impactos negativos no futuro. A reoneração terá efeitos diretos sobre a competitividade e a margem de lucro de muitos negócios, especialmente nos setores mais dependentes de mão de obra”, explica Hadler Martines.
Oportunidade de reposicionamento
O grande desafio da reforma tributária está na necessidade das empresas se adaptarem rapidamente ao novo cenário. No entanto, este momento também oferece uma excelente oportunidade de reposicionamento.
Empresas que forem ágeis em sua adaptação e capazes de enxergar a reoneração como uma chance de otimizar processos internos, ajustar suas estratégias fiscais e buscar eficiências operacionais poderão não apenas mitigar os impactos dessa reforma, mas também fortalecer sua posição competitiva no mercado.
Isso inclui a adoção de tecnologias fiscais que permitem um acompanhamento mais eficiente das novas obrigações tributárias e a capacitação contínua das equipes financeiras. Um bom planejamento estratégico exigirá, também, o envolvimento de todas as áreas da empresa, desde o financeiro até o RH, para garantir que todos os processos estejam alinhados às novas exigências fiscais.
Gradualidade e oportunidades a longo prazo
A introdução gradual da reoneração da folha de pagamento, com a cobrança escalonada de 2025 a 2028, oferece uma janela para adaptação e um período de transição que pode ser aproveitado pelas empresas.
Em 2025, será aplicada uma alíquota de 5% sobre a folha de pagamento, com um aumento gradual até atingir 20% em 2028. Isso oferece uma oportunidade para as empresas ajustarem suas finanças controladamente e se planejarem para um futuro fiscal mais pesado.
Porém, como bem alerta o IBEF-PR, esse tempo deve ser usado para reestruturar as finanças corporativas e garantir que a transição aconteça de forma mais suave, sem grandes surpresas ou choques financeiros. Um planejamento fiscal estratégico, neste momento, pode resultar em uma gestão mais eficiente no futuro, com menos riscos e mais oportunidades de crescimento.
Sendo assim, a Reforma Tributária não deve ser encarada como um simples aumento de impostos, mas como uma oportunidade para as empresas se reposicionarem no mercado, aproveitando os benefícios de um planejamento estratégico robusto. Isso envolve a análise contínua da realidade fiscal, o investimento em tecnologia, a capacitação das equipes e o foco constante na eficiência operacional.
O IBEF-PR, com sua experiência e expertise em promover discussões sobre temas tributários e empresariais, tem um papel fundamental nesse processo de adaptação, ajudando as empresas a se prepararem para as mudanças e a transformar desafios em oportunidades.
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