Interprint convida Andrea Diotti a apresentar soluções digitais para o mercado moveleiro
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  • Por Interprint
  • 16/07/2020 15:52

Conteúdo de qualidade e apresentação facilitada que estimulem experiências são os segredos de ouro para o sucesso, segundo o designer e empresário Andrea Diotti, referência dentro e fora da Itália quando o assunto é a digitalização das marcas de alto padrão. Diotti é fundador da Velve Solutions, empresa especializada em soluções digitais, e da Diotti.com, uma revendedora moveleira com loja física e plataforma online

Como você viu a necessidade de focar em ferramentas digitais?

Eu trabalhava como um jovem designer de interiores e vendedor no showroom do meu pai e comecei a mostrar aos nossos possíveis clientes o que oferecíamos. Passamos a mostrar a eles o máximo de conteúdo possível. Foi com conteúdo que nós começamos. E efetivamente, ainda hoje, o conteúdo é parte importante em toda a presença digital da marca.

Em que consiste um bom conteúdo, afinal?

Um bom conteúdo é a soma de muitas partes. Bons textos, por exemplo, têm uma técnica editorial e também devem seguir as melhores práticas para otimização dos sistemas de busca. Vejo muitos sites que podem até ser bonitos em termos de estética, mas precisam desesperadamente melhorar seu conteúdo textual. Isso é essencial. As imagens são um exemplo perfeito de um conteúdo essencial, assim como vídeos, esquemas técnicos, um PDF com instruções de montagem, por exemplo. A soma de todas as partes faz uma página ser atrativa para o usuário para atingir o objetivo final, que é a venda.

E quais as diferenças entre os elementos digitais e físicos para as lojas de mobiliário, varejistas e a própria indústria?

Elementos digitais e físicos nas redes e no varejo não são partes opostas da realidade, mas totalmente complementares. São dois instrumentos que dão suporte ao mesmo objetivo. Então, se eu for resumir a natureza desses instrumentos, eu diria que o foco do digital é informação e o do showroom físico, é experiência. E ambos compartilham o mesmo foco, que é a interação.

Andrea Diotti, designer italiano proprietário das empresas Velve Solutions e diotti.com, defende conteúdo de qualidade como grande aliado de venda
Andrea Diotti, designer italiano proprietário das empresas Velve Solutions e diotti.com, defende conteúdo de qualidade como grande aliado de venda| Divulgação

 As mídias digitais estão na linha de frente para se chegar ao consumidor?

Eu não defendo investir pesado em mídia social. Essas ferramentas ajudam a ganhar visibilidade e alcançar muitas pessoas, mas a melhor maneira de conseguir a atenção delas é com os mecanismos de busca. Para isso, você precisa de bons conteúdos e boas interfaces. Quando você investe em conteúdo próprio, você, de fato, é dono daquilo. Quando você investe em mídia social, você investe em crescimento da sua comunidade. Claro que isso é um recurso, mas aquilo não é seu, de verdade. A comunidade é auto-proprietária.

Qual seriam as soluções, então? Qual a dica para as lojas e indústrias?

A interface mais importante é o site  da marca. Ele é a assinatura da marca e, portanto,  a primeira das mais importantes interfaces com o público-alvo.

O que é fundamental no design de serviços?

Vou dar um exemplo. Eu posso desenvolver um configurador de produto que permite desenhar um closet totalmente customizado, com interiores, acabamentos e materiais personalizados, mas o desafio é torná-lo simples. O cliente busca algo que seja fácil de usar - caso contrário, há rejeição.

Designer defende que o site é a ferramenta mais importante entre a marca e o consumidor
Designer defende que o site é a ferramenta mais importante entre a marca e o consumidor| Divulgação

Como se dá a digitalização dos materiais e texturas dos produtos?

O processo de digitalização dos materiais é muito importante. Nós encontramos uma forma de usar uma ferramenta que foi desenvolvida especificamente para digitalizar imagens de produtos têxteis para marcas que se aventurassem no e-commerce, e agora usamos esse dispositivo para conseguir renderização de alta fidelidade de qualquer material como couro, pedras, lacas e laminados como os da Interprint, por exemplo.

Qual sua opinião sobre qual o próximo nível dessas experiências com materiais?

Vi em um seriado uma startup na Itália que desenvolveu uma tecnologia que usava uma espécie de leitor como esses que usam digitais para desbloquear um dispositivo móvel. Ao tocar a superfície, o usuário poderia sentir uma determinada textura ou material. Acredito que esse tipo de tecnologia possa ser o futuro do varejo de mobiliário.