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Relacionamentos que adoecem: por que aceitamos menos do que merecemos?

Não é falta de coragem: a psicologia explica por que tantas pessoas permanecem em relações que machucam

Quando o vínculo machuca mais do que acolhe, o silêncio também adoece. Reconhecer os sinais é o primeiro passo para cuidar da saúde emocional.
Quando o vínculo machuca mais do que acolhe, o silêncio também adoece. Reconhecer os sinais é o primeiro passo para cuidar da saúde emocional. (Foto: Divulgação)

Renan Gallo - Psicólogo | CRP 06/135356

29/12/2025 às 13:47

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Relacionamentos afetivos podem ser fonte de segurança emocional  ou de sofrimento silencioso. Quando o vínculo deixa de acolher e passa a ferir, muitas pessoas não percebem de imediato. Outras percebem, mas permanecem. Falta de reciprocidade, críticas constantes, manipulação emocional e relações que drenam energia são queixas recorrentes nos consultórios de psicologia.

Segundo o psicólogo Renan Gallo, aceitar menos do que se merece raramente está ligado à fraqueza emocional. Na maioria dos casos, trata-se de padrões emocionais aprendidos, construídos ao longo da vida, que influenciam escolhas afetivas, limites e a forma como a pessoa se enxerga dentro da relação.

Quando o relacionamento começa a afetar a saúde emocional

Relacionamentos que adoecem impactam diretamente a autoestima, o bem-estar psicológico e até a saúde física. Alguns sinais costumam se repetir:

  • Falta de reciprocidade emocional, quando apenas um lado se esforça para manter a relação;
  • Críticas frequentes, invalidação emocional ou silenciamento de sentimentos;
  • Manipulação emocional, com culpa constante ou exigências disfarçadas de cuidado;
  • Drenagem emocional, quando a relação consome mais energia do que oferece apoio.

Com o tempo, esses comportamentos geram insegurança, ansiedade, confusão emocional e a sensação persistente de não ser suficiente.

Por que o cérebro insiste em relações que fazem mal

A psicologia explica que vínculos dolorosos muitas vezes estão ligados a experiências emocionais do passado. Relações familiares marcadas por afeto instável, ausência emocional, críticas excessivas ou amor condicionado moldam, ainda na infância, a ideia inconsciente do que é amar e ser amado.

Quando esse padrão se repete, o cérebro passa a associar apego com sofrimento. Assim, mesmo relações emocionalmente tóxicas podem parecer “familiares” e, paradoxalmente, mais seguras do que o desconhecido. Isso ajuda a entender por que tantas pessoas permanecem em relações que sabem que as machucam.

Como romper ciclos de relacionamentos que adoecem (relacionamentos tóxicos) e reconstruir a autoestima

Romper padrões emocionais não acontece de forma automática. Exige consciência, acolhimento e ações práticas. Alguns caminhos importantes incluem:

  • Reconhecer padrões repetitivos de sofrimento sem culpa ou autojulgamento;
  • Fortalecer a autoestima e desenvolver limites emocionais claros;
  • Aprender a comunicar necessidades e desconfortos de forma assertiva;
  • Buscar apoio psicológico para ressignificar crenças emocionais antigas.

Cada um desses passos amplia a capacidade de escolha e ajuda a construir relações baseadas em respeito, reciprocidade e segurança emocional.

Dicas práticas para quem desconfia que está em um relacionamento adoecedor

Se você tem dúvidas sobre a saúde emocional da sua relação, reflita sobre alguns pontos:

  • Você sente medo de expressar o que pensa ou sente?
  • Costuma se culpar pelos conflitos, mesmo quando o outro não assume responsabilidades?
  • Sente que precisa se anular para manter a relação?
  • A relação traz mais ansiedade do que tranquilidade?

Esses sinais não devem ser ignorados. Eles indicam que algo precisa ser revisto — e cuidado não é sinônimo de sofrimento constante.

Entrevista com o psicólogo Renan Gallo sobre Relacionamentos que adoecem

Renan Gallo, especialista em comportamento humano, analisa por que muitos aceitam menos do que merecem em seus relacionamentos.Renan Gallo, especialista em comportamento humano, analisa por que muitos aceitam menos do que merecem em seus relacionamentos. (Foto: Divulgação/Renan Gallo)

Por que tantas pessoas permanecem em relacionamentos que claramente as fazem sofrer?

Renan Gallo: Permanecer em uma relação dolorosa não é falta de coragem. Muitas vezes existem padrões emocionais internalizados que associam amor ao sofrimento ou ao medo de abandono. O cérebro tende a repetir o que é familiar, mesmo quando isso gera dor.

Como experiências da infância influenciam a tendência a aceitar menos do que se merece?

Renan Gallo: As experiências afetivas iniciais moldam nossos esquemas de apego. Quando o afeto foi inconsistente ou condicionado, aprendemos que precisamos “merecer” amor. Isso leva à busca constante por validação e à tolerância de relações desequilibradas.

Quais os primeiros passos para romper esse ciclo e reconstruir a autoestima?

Renan Gallo: O primeiro passo é reconhecer o padrão sem se julgar. Depois, é fundamental reconstruir limites emocionais, fortalecer a autoestima e, quando possível, contar com apoio terapêutico para aprender a escolher relações que promovam bem-estar.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui atendimento psicológico individualizado. Em caso de sofrimento emocional persistente, procure um profissional habilitado.

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www.renangallo.com

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