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  • Por Conteúdo de Marca
  • 25/02/2019 16:53

Graças a medidas de redução de custos e otimização administrativa, o reajuste da tarifa de ônibus em Curitiba pode ser cortado pela metade.

A tarifa da Rede Integrada de Transporte em Curitiba passa a custar R$ 4,50 no dia 28/02, um acréscimo de R$ 0,25 que representa reajuste de 5,8%, depois de dois anos sem alteração.

Ações implementadas evitaram um impacto de mais R$ 0,25 no valor final da tarifa – ou seja, sem elas o reajuste aplicado este ano precisaria chegar a R$ 0,50.

A economia anual com as reduções chega a cerca de R$ 40 milhões.

“É responsabilidade do gestor fazer todos os ajustes para reduzir os custos do sistema, de forma que os reajustes necessários para o usuário sempre ocorram no menor patamar possível”, diz o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. A empresa da administração indireta é responsável pelo transporte na capital.

O porcentual aplicado na nova tarifa é menor do que a inflação do período. O preço dos produtos e serviços em geral subiu 6,7%, pelo IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo).

De acordo coma Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, a média dos reajustes aplicados apenas neste ano nos municípios brasileiros foi de 8,7%.

Maia Neto destaca que o reajuste é importante para garantir a sustentabilidade do sistema e a continuidade das melhorias que vêm sendo realizadas (veja mais abaixo).

Redução

Um das medidas tomadas foi a reorganização da manutenção dos terminais e estações-tubo. Com um novo modelo de manutenção programada, a qualidade o serviço melhorou e o custo diminui. O impacto no preço final de cada tarifa é de dois centavos. “Parece pouco, mas no volume de um ano isso representa R$ 4 milhões”, explica Maia Neto.

Outro ganho foi obtido com otimização da frota. O município implantou um intercâmbio das cores dos veículos – cada cor identifica um tipo de ônibus (expresso, alimentador, expresso ligeirão, troncal, por exemplo).

A flexibilização das cores permite que um veículo tenha seu uso ampliado. Com a mudança, a economia chega a sete centavos – ou mais de R$ 12 milhões por ano.

Já a revisão da quilometragem das linhas atuais permitiu uma economia anual de cerca de R$ 6 milhões. Segundo Maia Neto, são pequenos ajustes de reprogramação de fluxo de ônibus nos horários de menor movimento.

“Como a frota inteira roda aproximadamente 282 mil quilômetros todo dia, cada pequeno ajuste tem um impacto significativo no acumulado do ano”, diz o presidente da Urbs. “Prova disso é esta redução substancial que conseguimos.”

Formação

O valor da tarifa reflete uma série de custos que são necessários para manter o sistema funcionando.

Uma das dificuldades enfrentadas, por exemplo, foi o fim do subsídio estadual ao ICMS no diesel. O combustível é um dos principais componentes da tarifa. Só este ano, em menos de dois meses, o preço do diesel subiu 13% -- mais que o dobro do reajuste da tarifa em dois anos.

Já os gastos com pessoal – salários e impostos – representam quase 57% do valor final da tarifa técnica, sendo o maior componente da tarifa. Com a manutenção da tarifa desde 2017, o sistema absorveu todo o impacto do reajuste salarial no ano passado.

“Nosso desafio é administrar esses e todos os outros custos envolvidos de forma eficiente de forma a ter um valor justo para a população”, afirma Maia Neto.

De acordo coma Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, a média dos reajustes aplicados apenas neste ano nos municípios brasileiros foi de 8,7%.

Melhorias no sistema incluem renovação da frota e reforma de terminais e estações

Nos últimos dois anos, o município vem implementando uma série de melhorias no sistema de transporte coletivo. O reajuste da tarifa assegura que elas terão continuidade.

O município deu início à renovação da frota (que até o fim de 2016 ficou quatro anos sem trocar ônibus), criou novas linhas e abriu faixas exclusivas para ônibus (fundamentais para diminuir o tempo de deslocamento), reformou terminais, entre outras medidas.

“O reajuste bastante enxuto aplicado agora permite continuar o processo de melhoria da qualidade para o transporte público de Curitiba”, diz o presidente da Urbs, a empresa que administra o sistema de transporte da capital), Ogeny Pedro Maia Neto.

Maia Neto reforça que a importância de o sistema se manter sustentável financeiramente, de forma a garantir o bom funcionamento de todas as áreas, como garantia de pagamento dos salários de motoristas e cobradores, manutenção adequada da frota e das estações, renovação dos veículos, entre outros.

“Sem sustentabilidade financeira, nenhum sistema complexo como o de transporte de mantém. Não se pode correr o risco, por exemplo, de ter de cortar linhas ou diminuir a manutenção”, diz ele. “Com as contas equilibradas, temos a segurança de que continuaremos avançando.”

Tarifa para o passageiro é menor do que o custo

O custo para cada passageiro transportado pela Rede Integrada de Curitiba e região metropolitana é maior do que o valor da tarifa cobrada.

A chamada tarifa técnica reúne todos os custos efetivos e está hoje em R$ 4,79 – uma diferença de R$ 0,29. A diferença entre tarifa técnica e a tarifa do usuário é bancada pelo Fundo de Urbanização de Curitiba, uma conta em que ficam depositados os valores movimentados pelo transporte.

Na sexta-feira (22/02), a Prefeitura e o Governo do Estado firmaram um acordo para dividir os custos desse déficit para o sistema.

É uma forma de diminuir o impacto dos reajustes para os usuários pagantes.

Além de todos os custos envolvidos no sistema de transporte, o número de não pagantes tem peso representativo na tarifa.

O sistema transporta atualmente 1,3 milhão passageiros por dia, sendo que 600 mil são, efetivamente, pagantes.

Os não pagantes são beneficiários de isenções asseguradas por lei, como idosos, pessoas com deficiência e estudantes (meia passagem) , além dos oriundos da região metropolitana que se beneficiam com a tarifa integrada.