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Sabores de primavera em Santa Catarina: mar, serra e tradição à mesa

Estado se destaca pela diversidade gastronômica que une frutos do mar frescos, cultura tropeira e a herança da imigração europeia

Peixe ao molho de camarão, prato tradicional servido nas praias de Florianópolis.
Peixe ao molho de camarão, prato tradicional servido nas praias de Florianópolis. (Foto: Shutterstock)

SETUR-SC | Secretaria de Estado do Turismo de Santa Catarina

11/09/2025 às 12:47

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A primavera chega e muda não apenas a paisagem de Santa Catarina, mas também o que vai à mesa de moradores e visitantes. Cardápios ficam mais leves, chefs apostam em receitas frescas, produtores celebram a safra de ingredientes típicos e a gastronomia se torna, mais do que nunca, um convite aos sabores.

O Estado, conhecido por sua diversidade natural que combina mar, montanha e planalto, também se firma como referência nacional quando o assunto é culinária de identidade regional. Ingredientes sazonais — como ostras, tainha e camarão — ganham protagonismo, assim como pratos herdados de tradições açorianas, italianas, alemãs e austríacas. Tudo isso em sintonia com um movimento crescente: o de valorizar produtos com origem, qualidade certificada e ligação direta com a cultura local.

Ingredientes que anunciam a estação

No inverno predominam pratos com sabores marcantes, a primavera abre espaço para receitas mais leves e harmonizadas. com destaque para pescados, frutos do mar, hortaliças e frutas. Em Florianópolis, por exemplo, as ostras atingem seu melhor ponto, frescas e cultivadas nas águas calmas do Ribeirão da Ilha. A tainha, que marca o inverno, ainda aparece em pratos de transição, como a tradicional tainha na taquara, assada de forma rústica em fogueiras à beira-mar.

Na Serra Catarinense, os vinhos de altitude ocupam lugar de destaque: São Joaquim, Urubici e Bom Retiro oferecem rótulos premiados, visitas a vinícolas e experiências de enoturismo. E no sul com as uvas goethe. Já em Fraiburgo, conhecida como a “terra da maçã”, os pomares em flor enchem a primavera de cores, atraindo turistas para passeios fotográficos e degustações de tortas, strudels, geleias, compotas e até vinhos e sidras de maçã.

Turismo e sazonalidade

Marreco assado, prato que dá nome a uma das festas mais famosas festas de Santa Catarina, a Fenarreco, em Brusque.Marreco assado, prato que dá nome a uma das festas mais famosas festas de Santa Catarina, a Fenarreco, em Brusque. (Foto: Bom Gourmet/Gazeta do Povo)

O calendário gastronômico de Santa Catarina é diretamente ligado à sazonalidade dos produtos e às festas que celebram colheitas e tradições. Em Blumenau, a Oktoberfest, que acontece em outubro, mistura cerveja artesanal, pratos típicos alemães e shows culturais, atraindo visitantes de todo o Brasil. Assim como a Fenarreco, festa que acontece em Brusque, e que possui como um de seus pratos principais o marreco recheado.

Esse alinhamento entre produto, cultura e turismo é o que tem feito o Estado ser considerado um dos polos mais fortes de turismo gastronômico do país.

Sabores do mar: a herança açoriana e os frutos frescos

Ostra, uma das delícias servidas no litoral catarinense.Ostra, uma das delícias servidas no litoral catarinense. (Foto: Shutterstock)

Em Florianópolis, considerada a “capital da gastronomia criativa” reconhecida pela UNESCO, o cultivo de ostras se consolidou como marca registrada da Ilha. Pequenos produtores, organizados em associações, fazem do Ribeirão da Ilha e da Barra da Lagoa destinos obrigatórios para quem busca a experiência de saborear ostras recém-colhidas.

Além da ostra, o litoral catarinense mantém viva a tradição da sequência de camarão, prato coletivo que oferece diversas versões do crustáceo: frito, ao bafo, ao alho e óleo, empanado, entre outros.

A tainha na taquara, preparada por comunidades pesqueiras, resgata saberes açorianos de mais de dois séculos. O peixe, atravessado por uma vara e assado lentamente na brasa, ainda é servido em festas comunitárias e restaurantes típicos.

Festa e identidade

A gastronomia costeira catarinense está fortemente ligada às festas populares. Seja em São Francisco do Sul, no litoral norte, ou em Laguna, no sul, a mesa é extensão da cultura pesqueira. Pratos típicos são servidos em festas de padroeiro, romarias e celebrações locais, sempre acompanhados por música e dança tradicional.

Sabores da serra: tradição e vinhos de altitude

Vinho produzido na Serra Catarinense, com destaque para os vinhos de altitude, que combinam baixa temperatura com alta insolação.Vinho produzido na Serra Catarinense, com destaque para os vinhos de altitude, que combinam baixa temperatura com alta insolação. (Foto: Shutterstock)

Na Serra Catarinense, a cultura tropeira segue viva em pratos que exaltam receitas simples e saborosas, muitas delas servidas em pousadas e restaurantes familiares que recebem turistas. Outro destaque serrano são os vinhos produzidos em municípios como São Joaquim, Urubici e Bom Retiro. Conhecidos como “vinhos de altitude”, eles se beneficiam do terroir peculiar da região, que combina baixa temperatura, alta insolação e noites frias.

Vinícolas como Villa Francioni e Pericó conquistaram reconhecimento nacional e internacional, colocando Santa Catarina no mapa do enoturismo. Degustações, visitas guiadas e festas de colheita atraem turistas de várias partes do país.

“Os vinhos de altitude têm identidade própria e são hoje comparáveis a rótulos consagrados do Chile e da Argentina”, afirma um enólogo da Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude.

Para quem gosta de uma experiência com um clima mais agradável, a primavera é uma boa opção para visitar a Serra para apreciar pratos robustos, mas com combinações mais leves, harmonizados com vinhos brancos, rosés e espumantes.

Sabores da imigração: herança europeia à mesa

Eisbein, prato com joelho de porco, tradicional na mesa em cidades como Blumenau, Joinville e Pomerode.Eisbein, prato com joelho de porco, tradicional na mesa em cidades como Blumenau, Joinville e Pomerode. (Foto: Shutterstock)

Santa Catarina é um retrato da diversidade cultural europeia no Brasil. Cada região guarda receitas e tradições herdadas dos imigrantes que chegaram no século XIX e deixaram marcas profundas na culinária.

Culinária alemã

Em Blumenau, Joinville e Pomerode, pratos como joelho de porco (eisbein), cucas recheadas e marreco com repolho roxo continuam sendo preparados em restaurantes familiares e festas comunitárias.
A Oktoberfest, em Blumenau, vai muito além da cerveja: é uma vitrine de pratos típicos e sobremesas germânicas, consolidando a cidade como capital nacional da gastronomia alemã.

Culinária italiana

Nas regiões de Nova Trento, Videira, Tangará e Pinheiro Preto, a herança italiana se manifesta em polentas, massas, queijos artesanais e festas da uva. O vinho é presença forte, e a primavera marca um período de renovação dos vinhedos e de preparo para a colheita seguinte.

Culinária austríaca

Schnitzel é um dos pratos típicos da cozinha austríaca, servido em restaurantes de Treze Tílias.Schnitzel é um dos pratos típicos da cozinha austríaca, servido em restaurantes de Treze Tílias. (Foto: Shutterstock)

Em Treze Tílias, o sabor é austríaco. Restaurantes típicos oferecem pratos como schnitzel (filé empanado), apfelstrudel (torta de maçã), salsichas artesanais e embutidos e especialidades como o tafelspitz (carne bovina cozida) e o käsespätzle (massa caseira com queijo).

Fraiburgo, a terra da maçã

Strudel, torta que pode ser provada na cidade considerada a capital brasileira da maçã, Fraiburgo.Strudel, torta que pode ser provada na cidade considerada a capital brasileira da maçã, Fraiburgo. (Foto: Shutterstock)

Conhecida como “capital nacional da maçã”, Fraiburgo é responsável por cerca de 30% da produção estadual da fruta. A cidade transformou o cultivo em atração turística: visitantes podem acompanhar a florada dos pomares e provar tortas, strudels, geleias, compotas e até vinhos e sidras de maçã.
“A maçã está em tudo em Fraiburgo: na economia, na mesa das famílias e na identidade cultural da cidade”, afirma um representante da Associação Brasileira de Produtores de Maçã.

Culinária da fronteira catarinense

Na região da fronteira de Santa Catarina, como em Dionísio Cerqueira, o churrasco é uma herança cultural que transcende as receitas e se torna um ritual. As carnes suínas e bovinas de cortes nobres são preparadas lentamente na brasa, e o sabor é aprimorado pelo tempero simples de sal grosso. Essa tradição, trazida por povos que buscaram na pecuária a base da sua subsistência, é o ponto central dos encontros familiares e das festividades.

As rodas de chimarrão e as conversas sobre o cotidiano da lavoura e da criação de gado fazem parte desse cenário, onde a tradição gaúcha se entrelaça com a identidade local do extremo-oeste catarinense.

A força da cultura cervejeira

Cervejas artesanais produzidas em Blumenau, a capital brasileira da cerveja.Cervejas artesanais produzidas em Blumenau, a capital brasileira da cerveja. (Foto: Festival Brasileiro de Cerveja)

Se a Alemanha deixou marcas profundas na mesa catarinense, a cerveja é, talvez, a mais visível. Blumenau é considerada a “capital brasileira da cerveja” e concentra dezenas de cervejarias artesanais. A cidade também sedia o Festival Brasileiro da Cerveja, que reúne produtores de todo o país.

O movimento cervejeiro se espalhou para outras cidades, como Joinville e Florianópolis, criando polos que oferecem visitas a fábricas, degustações e harmonizações gastronômicas. Hoje, Santa Catarina conta com mais de 300 cervejarias registradas, o que coloca o Estado entre os líderes nacionais do setor.

Para o turista, a experiência vai além da bebida: a harmonização com pratos típicos é parte da proposta. Marreco recheado, linguiça Blumenau, frutos do mar e embutidos artesanais são servidos ao lado de cervejas que valorizam estilos clássicos e receitas experimentais.

Santa Catarina se põe à mesa para os visitantes

A primavera em Santa Catarina é mais do que uma estação de clima agradável: é um período em que a gastronomia se reafirma como expressão cultural, motor econômico e atrativo turístico. Do litoral às montanhas, passando pelas cidades colonizadas por imigrantes, os sabores se renovam e mostram a força de uma cozinha que combina tradição e inovação.

Para o visitante, a experiência vai muito além de degustar um prato típico: é mergulhar em histórias, festividades e saberes transmitidos entre gerações. Para os produtores e chefs, é a oportunidade de mostrar que a identidade de Santa Catarina está, também, naquilo que se serve à mesa.

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