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Diversificação fortalece o cooperativismo paranaense e promove o desenvolvimento regional

Modelo cooperativo do Paraná se expande com novos serviços, inclusão social e presença em todas as regiões e setores

Lideranças jovens do cooperativismo paranaense: integração e renovação.
Lideranças jovens do cooperativismo paranaense: integração e renovação. (Foto: Fernando Dias)

Sistema Ocepar

18/09/2025 às 13:56

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No Paraná, o cooperativismo avança para se consolidar como um modelo de desenvolvimento regional, inclusão social e fortaleza econômica. A fórmula do sucesso registrado a cada ano é o estímulo à diversificação por ramos – uma estratégia que tem garantido ao estado um sistema cooperativo sólido, capilarizado e preparado para enfrentar adversidades.

A importância e os impactos positivos das cooperativas do Paraná não se resumem aos setores mais estruturados, como agronegócio e crédito, por exemplo. Há forte presença também em setores como saúde, trabalho, consumo e seguros.

Para José Ronkoski, superintendente do Sescoop/PR, a atuação em múltiplas frentes permite que, mesmo em momentos de retração em determinados segmentos, o conjunto do sistema mantenha sua estabilidade, gere empregos e siga oferecendo serviços essenciais à população.

José Ronkoski, superintendente da Ocepar. José Ronkoski, superintendente da Ocepar. (Foto: Samuel Milléo Filho/Sistema Ocepar)

“Quando uma cooperativa é formada, ela busca unir forças. E, ao trabalhar em diferentes áreas da sociedade, há um ganho muito grande. Essa diversificação fortalece o sistema como um todo.

José Ronkoski, superintendente do Sescoop/PR.

Saúde: acesso, sustentabilidade e qualidade no atendimento

Com mais de 2,78 milhões de beneficiários e presença em todas as regiões do Paraná, o ramo Saúde é um dos pilares mais sólidos do cooperativismo no estado. Em 2024, o setor faturou R$ 9,8 bilhões, com crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior, demonstrando robustez mesmo em um ambiente econômico desafiador.

As cooperativas médicas e odontológicas, lideradas por organizações como a Unimed, Uniodonto, Dental Uni, Cooenf entre outras, têm se destacado pela solidez financeira e pelo alcance social. A margem de solvência média foi de 188%, acima do exigido pela ANS, e os ativos totais somaram R$ 6,2 bilhões. Com mais de 16 mil associados, o setor também avança em inclusão: 42,3% dos associados são mulheres.

O número de funcionários cresceu quase 18% na comparação com 2023, passando de 8.144 colaboradores diretos para 9.625.

As cooperativas garantem acesso de qualidade a serviços de saúde. As cooperativas garantem acesso de qualidade a serviços de saúde. (Foto: Divulgação/SomosCoop)

Mais do que números, o ramo Saúde representa acesso de qualidade a serviços médicos e odontológicos, muitas vezes em regiões onde a iniciativa privada convencional não chega. A capilaridade do modelo cooperativo garante atendimento mais próximo da população e soluções personalizadas para cada realidade local.

Trabalho: serviços especializados e geração de renda local

Embora tenha registrado uma leve retração de 3,1% no faturamento em 2024, o ramo Trabalho do cooperativismo paranaense segue cumprindo papel estratégico: diversificar a oferta de serviços e gerar oportunidades para profissionais autônomos e especializados.

Com 16 cooperativas em atuação e mais de 8.248 cooperados, o segmento inclui desde professores de idiomas e técnicos de TI até consultores e prestadores de serviços manuais. O faturamento médio mensal por cooperado foi de R$ 9.990,17, demonstrando o potencial de remuneração em áreas altamente especializadas.

“Temos exemplos bem-sucedidos no ramo de trabalho, como cooperativas de técnicos agrícolas, zootecnistas e veterinários, que prestam serviços em suas regiões. Há um enorme potencial de crescimento, especialmente se houver estímulo à formalização e apoio inicial”, comenta Ronkoski.

Cooperativas de profissionais do setor agropecuário são exemplos de sucesso no setor de trabalho. Cooperativas de profissionais do setor agropecuário são exemplos de sucesso no setor de trabalho. (Foto: Divulgação/Unicampo)

O modelo ainda enfrenta desafios, como o aumento da participação nas assembleias (apenas 5,3%) e a baixa presença feminina (24,65%), mas mostra-se fundamental para o fortalecimento da economia local e para a formalização de profissionais em áreas diversas.

“O ramo Trabalho é muito promissor. Há espaço para muitas iniciativas, principalmente com apoio técnico, desburocratização e educação cooperativista”, complementa Ronkoski.

Consumo: serviços, supermercados e inovação em modelos de negócio

O ramo Consumo do cooperativismo no Paraná tem grande potencial de expansão. O setor teve crescimento de 40,25% no faturamento em 2024. Composto por sete cooperativas, esse ramo atende a nichos variados – de serviços educacionais e atividades profissionais até supermercados.

De 2023 para 2024, o setor aumentou em 7,7% o número de cooperados, chegando a 4.987. Esse dado é importante para recuperação da queda registrada durante a pandemia de Covid-19.

A presença feminina é significativa (52,05% dos associados) e os resultados financeiros são positivos, com margem operacional de 5,6% e EBITDA de 6,4%. O desafio, no entanto, está na baixa participação dos associados nas decisões coletivas: apenas 0,8% participaram das assembleias em 2024. “O ramo Consumo enfrenta desafios importantes, principalmente por concorrer com grandes redes de varejo. Falta apoio governamental, incentivo financeiro e menos burocracia para facilitar a estruturação dessas cooperativas”, diz Ronkoski.

O ramo consumo do cooperativismo engloba de serviços educacionais e atividades profissionais até supermercados O ramo consumo do cooperativismo engloba de serviços educacionais e atividades profissionais até supermercados (Foto: Divulgação/SomosCoop)

As cooperativas de consumo, ao somarem o poder de compra de seus membros, conseguem reduzir custos e garantir melhores condições de negociação com fornecedores. Além disso, o cooperativismo fomenta a participação econômica dos membros, a geração de renda e emprego, e o desenvolvimento local, com o dinheiro circulando na própria comunidade. 

Seguros: o mais novo pilar do cooperativismo

Em março de 2025, um marco histórico foi celebrado pelo cooperativismo brasileiro: a criação oficial do Ramo Seguros, viabilizada pela Lei Complementar 213/2025, aprovada em Assembleia Geral Extraordinária do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). O novo ramo representa uma grande conquista para o setor e para milhões de brasileiros que passam a contar com uma alternativa mais justa, acessível e democrática de proteção.

A partir de agora, as cooperativas poderão atuar em diversos segmentos de seguros privados — como automóveis, vida, habitação e responsabilidade civil — com regulamentação específica, proporcional ao modelo cooperativo. Com isso, abrem-se novas frentes de negócios, especialmente em regiões desassistidas pelas seguradoras tradicionais.

“O ramo de seguros vem com uma proposta inovadora: reunir pessoas para compartilhar riscos e oferecer produtos mais acessíveis. É um modelo que pode resolver problemas sociais e econômicos, além de promover educação securitária no país.”

José Ronkoski, superintendente do Sescoop/PR.

O modelo das cooperativas de seguros, já consolidado em países como França, Canadá e Argentina, coloca o Brasil em novo patamar no cenário internacional. Estima-se que a entrada das cooperativas no setor possa aumentar em até 15% o mercado segurador nacional e ampliar a proteção a milhões de brasileiros.

Além disso, o formato cooperativo prioriza a mutualidade e o interesse dos associados, e não o lucro de acionistas. Isso se traduz em preços mais baixos, atendimento mais próximo e distribuição mais equilibrada dos benefícios.

A diversificação dos ramos no cooperativismo paranaense é, hoje, um dos principais fatores de estabilidade e crescimento sustentável do setor. Ao ampliar sua atuação para áreas como saúde, consumo, trabalho e seguros, o cooperativismo consegue não apenas sobreviver a crises, mas avançar mesmo diante de desafios econômicos e sociais.

“Existe um mundo amplo de oportunidades no cooperativismo. Quando as pessoas percebem o verdadeiro sentido de união e propósito, todos ganham. O cooperativismo é uma alternativa real de desenvolvimento, inclusão e equilíbrio social”, conclui o superintendente do Sescoop/PR.

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