Uma nova luz se acende no tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB), condição que afeta a maioria dos homens acima dos 60 anos: o HoLEP, técnica de enucleação da próstata com laser Holmium, foi confirmado por um grande estudo europeu como o procedimento cirúrgico mais eficaz para alívio dos sintomas urinários e desobstrução da bexiga.
Publicada na revista científica European Urology uma das mais respeitadas na área a pesquisa comparou medicamentos e diferentes tipos de cirurgia, revelando que o HoLEP proporciona a melhora mais significativa da função urinária e a mais completa remoção do tecido prostático obstrutivo. Além disso, o método supera técnicas tradicionais como a RTU da próstata (ressecção transuretral) e terapias minimamente invasivas como REZUM e UROLIFT.
Dano à Bexiga: silencioso, progressivo e evitável entenda a importância da técnica HoLEP para próstata aumentada
A HPB pode gerar obstrução crônica do fluxo urinário, levando à sobrecarga e enfraquecimento da bexiga. "A obstrução pode comprometer irreversivelmente a função vesical se não for tratada de forma adequada e precoce", alerta o urologista Dr. Thiago Hota, especialista em HoLEP com formação na UFPR e treinamento internacional em cirurgia a laser.
O estudo europeu demonstrou que, embora medicamentos possam aliviar sintomas iniciais, a cirurgia é mais eficaz na proteção da bexiga a longo prazo. Nesse cenário, o HoLEP se mostrou superior às demais técnicas avaliadas, bem como superior também ao tratamento cirúrgico.
O que é o HoLEP e por que ele revoluciona o tratamento da próstata aumentada
A técnica HoLEP utiliza um laser Holmium para separar com precisão o tecido doente (adenoma) da parte saudável da próstata. "Esse descolamento anatômico permite a remoção completa da área afetada, com mínimo risco de recidiva", explica o Dr. Hota. Ao contrário de outras técnicas que apenas vaporizam ou retiram parcialmente o tecido, o HoLEP oferece um resultado mais duradouro e eficaz.
O procedimento é menos invasivo, com menor sangramento, rápida recuperação e alta segurança inclusive para pacientes idosos, com próstatas volumosas ou em uso de sonda vesical.
Comparativo: HoLEP x outras técnicas
O estudo também analisou:
- REZUM e UROLIFT: menos invasivos, com menor impacto na ejaculação, mas com eficácia limitada na desobstrução e maior taxa de retratamentos, com melhora inferior dos sintomas, similares aos medicamentos.
Humanização e saúde masculina: um olhar integral
Para o Dr. Hota, o tratamento do homem com HPB deve ir além da técnica. “A urologia precisa equilibrar ciência e empatia. Ouvir o paciente é tão importante quanto dominar a tecnologia”, afirma.
Ele também destaca que, embora o HoLEP possa alterar o padrão de emissão do sêmen (ejaculação retrógrada em alguns casos), assim como outras técnicas que removem o adenoma, o orgasmo não é comprometido, informação que deve ser discutida com clareza na consulta, enfim os métodos que buscam preservar a ejaculação trazem melhora inferior dos sintomas, menor desobstrução da bexiga e maior risco de recorrência da doença.
Por fim, reforça a importância da prevenção e do acompanhamento urológico regular. “A próstata abriga outras doenças além do câncer. Falar sobre isso é essencial para proteger o sistema urinário e reprodutivo do homem”, destacou

