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Pitadas de humor

Por que “A Hora do Mal” está sendo considerado o melhor terror do ano

Julia Garner faz a professora de "A Hora do Mal"
Julia Garner faz a professora suspeita de estar envolvida com o sumiço dos alunos (Foto: Divulgação Warner)

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Nota A- segundo os espectadores pesquisados pelo CinemaScore, avaliação rara para um filme de terror. Impressionantes 95% de críticas positivas no agregador Rotten Tomatoes. Mais de 80 milhões de lucro nas bilheterias mundo afora só nos primeiros dias, mais do que o dobro do orçamento das filmagens... Não há como negar que A Hora do Mal é um tremendo sucesso. Para muitos especialistas, o melhor filme de terror de 2025.

Para além dos números, o que garante a ovação a esse longa de mais de duas horas de duração é sua história original, escrita e dirigida por Zach Cregger, um americano de 44 anos que já tinha brilhado em 2022 ao estrear com Noites Brutais. O cineasta, que iniciou a carreira como integrante de um grupo de humor e estrelou algumas séries de comédia antes de se encontrar no horror, já está acertado para comandar uma nova adaptação do game Resident Evil e provar que é mesmo a sensação de Hollywood.

Em A Hora do Mal, 17 estudantes levantam de suas camas às 2h17 de uma madrugada qualquer e saem correndo de suas casas – ao som da bela Beware of Darkness, de George Harrison – sem explicação lógica. Todos pertenciam à mesma sala de aula, que amanhece com apenas um aluno em suas cadeiras, além da professora Justine Gandy (Julia Garner) inconformada com o ocorrido. Mais inconformados ficam os pais dos alunos desaparecidos, puxados por Archer Graff (Josh Brolin), que vocaliza a grande desconfiança de que a professora esteja envolvida no sumiço.

Eu não posso negar o feitiço que ela me fez

A partir da situação apresentada, Cregger faz uso de um recurso que o cineasta japonês Akira Kurosawa apresentou ao mundo em 1950, no clássico Rashomon. Ele explora a perspectiva de vários personagens enredados na trama: a professora, o pai inconformado, o diretor da escola, um policial que se relaciona com a professora, um morador de rua e o garotinho que sobrou na sala de aula. Só por lançar mão desse “efeito rashomonico”, A Hora do Mal já se distancia de qualquer terror convencional, ofertando um quebra-cabeças que envolve a plateia e sustenta a tensão até o final.

Em dado momento, o espectador entende estar diante de um filme sobre feitiçaria. E feitiçaria pesada. Ao mesmo tempo em que esse aspecto é apresentado, Cregger se aproveita de truques que aprendeu trabalhando com humor para deixar A Hora do Mal suave e divertido, ainda que algumas cenas de morte sejam realmente grotescas e inusitadas, como o material de divulgação já sugeria. O atrapalhado morador de rua, interpretado por Austin Abrams, talvez seja o catalizador do maior número de risadas.

Josh Brolin interpreta um dos pais em busca de respostas para o sumiço do filhoJosh Brolin interpreta um dos pais revoltados em busca de respostas para o sumiço do filho (Foto: Divulgação Warner)

Com essa combinação de história intrigante, com ocultismo e mortes típicas do universo do horror, aliviada por pinceladas de humor, A Hora do Mal faz jus a todo o falatório e avaliações positivas que vem recebendo. Não parece pensado para virar uma nova série. O desfecho não é aberto, daqueles que indicam que haverá continuação (se bem que já há planos para um filme explorando uma personagem importante da história, numa espécie de "prequela"). Trata-se tão somente de uma ótima obra de terror. Público e crítica reconheceram isso e estão cuidando de espalhar o feitiço por aí.

  • A Hora do Mal
  • 2025
  • 128 minutos
  • Indicado para maiores de 18 anos
  • Em cartaz nos cinemas

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