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Thriller distópico

“A Longa Marcha: Caminhe ou Morra” confirma que Stephen King nasceu gênio

Cartaz do filme estrelado por Cooper Hoffman e David Jonsson
Cartaz do thriller distópico estrelado por Cooper Hoffman e David Jonsson (Foto: Divulgação Lionsgate)

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Stephen King cursava o primeiro ano de faculdade quando começou a escrever The Long Walk, em 1966. A história só seria publicada em 1979, quando sua produção como autor já era tão volumosa que, para poder lançar mais de um livro por ano, ele havia adotado o pseudônimo Richard Bachman. E não se tratava de um texto qualquer, de um calouro sem traquejo com as letras. A prova disso é que, quase 60 anos depois, aquele conto de horror distópico valeu uma boa adaptação para as telas de cinema.

A Longa Marcha: Caminhe ou Morra entrou em sua terceira semana de exibição no Brasil, atestando a força e a perenidade da escrita de King. O filme foi lançado com uma ação marqueteira inusitada: fãs do universo do terror e outros que haviam se empolgado com o trailer receberam convites para pré-estreias com esteiras ergométricas espalhadas pelas salas de exibição. Quem atravessasse as quase duas horas de filme sem pedir penico ganhava brindes e descontos em lojas.

O desafio não tinha nada de aleatório. Afinal, o longa-metragem dirigido por Francis Lawrence – de Eu Sou a Lenda e da franquia Jogos Vorazes – é uma reprodução fiel do livro de King: jovens representantes de cada estado americano são sorteados para participarem de uma caminhada sem linha de chegada. Quem perde o passo é sumariamente executado. O competidor que resta leva para a casa uma bolada em dinheiro e ainda pode ter um desejo atendido ao final da prova.

Laços de amizade

Nas pré-estreias, nenhum espectador que pulou da esteira foi morto, mas o filme é implacável com os candidatos que desistem. Os andarilhos podem ser advertidos três vezes. Não há uma quarta. Um soldado que acompanha a marcha se aproxima do infeliz que vacilou e desfere um tiro em sua cabeça. Lawrence mostra as execuções sem dó nem piedade e, cada uma delas, abala sobremaneira quem permanece na disputa. Apesar de todos terem a ciência de que seus rivais precisam morrer no percurso, laços de amizade vão sendo criados durante a jornada. O mais profundo se dá entre os personagens Ray Garraty (Cooper Hoffman) e Pete McVries (David Jonsson), que trocam feridas do passado enquanto amassam o asfalto quente.

Os personagens Ray Garraty e Pete McVries vão se tornando irmãos ao longo de "A Longa Marcha"Os personagens Ray Garraty e Pete McVries vão se tornando irmãos ao longo da caminhada (Foto: Divulgação Lionsgate)

Um detalhe que o roteirista JT Mollner modificou em relação à obra original é que no livro de King há pré-adolescentes na disputa macabra. Em A Longa Marcha: Caminhe ou Morra, o caminhante mais jovem tem 18 anos. Não que isso alivie o drama ou deixe as mortes menos chocantes. O fato de já existir a série Round 6 e outros produtos no audiovisual que flertam com a ideia de uma competição em que apenas um sobrevive também não tira o impacto da história que começou a ser imaginada dos idos de 1960.

A Longa Marcha: Caminhe ou Morra é repleto de metáforas e reflexões sobre a humanidade. Cabe a cada um que assiste ao filme tirar suas lições. O que todos deveriam concordar é que é um privilégio dividir o planeta com um contador de histórias como Stephen King, hoje do alto de seus 78 anos. Tente imaginar como teria sido sua vida sem Carrie, a Estranha, O Iluminado, A Hora da Zona Morta, Conte Comigo, It – A Coisa, Cemitério Maldito, Um Sonho de Liberdade, À Espera de um Milagre... Tem sido uma longa marcha, e das mais recompensadoras.

  • A Longa Marcha: Caminhe ou Morra
  • 2025
  • 108 minutos
  • Indicado para maiores de 18 anos
  • Em cartaz nos cinemas

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