Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Anos 80

“A Ordem” traz história de grupo nazista que pretendia derrubar governo Reagan

Cartaz do filme do Prime Video com Nicholas Hoult e Jude Law
Cartaz do thriller do Prime Video com Nicholas Hoult e Jude Law (Foto: Divulgação Prime Video)

Ouça este conteúdo

Você já ouviu falar numa organização supremacista branca que passou a década de 80 se armando para tomar o poder nos Estados Unidos e impor sua visão ariana? Pois esse grupo terrorista existiu e foi esmiuçado no livro The Silent Brotherhood: The Chilling Inside Story of America’s Violent Anti-Government Militia Movement (a irmandade silenciosa: a história arrepiante do violento movimento americano de milícia antigovernamental), de 1989. A obra, sem edição no Brasil, foi dramatizada, está disponível no Prime Video com o nome A Ordem e merece ser conferida.

Dirigido pelo australiano Justin Kurzel, que assinou a adaptação do game Assassin’s Creed para o cinema, e com roteiro do talentoso Zach Baylin, cuja estreia nas telonas com King Richard: Criando Campeãs já lhe valeu uma indicação ao Oscar, A Ordem concorreu ao Leão de Ouro em Veneza no ano passado e entrou sem qualquer alarde no catálogo do serviço de streaming. Como apresenta uma história fascinante e é estrelado pelos excelentes Jude Law e Nicholas Hoult, deveria ser um thriller mais prestigiado pelo público.

O ano é 1982, início da presidência Ronald Reagan. Law encarna Terry Husk, um já cansado agente do FBI que traz no currículo investigações sobre a máfia italiana e a Ku Klux Klan. Mesmo num momento delicado de sua vida pessoal, em que tenta se reconectar com a esposa e a filha, ele ruma para estado de Idaho interessado no grupo neo-nazista Aryan Nations, liderado pelo pastor Richard Butler. Com ajuda do jovem policial Jamie Bowen (Tye Sheridan), Husk acaba descobrindo que uma dissidência do Aryan Nations é muito mais perigosa e está por trás de assaltos a bancos e explosões de cinemas adultos na região. É a tal da Ordem.

Poder branco

Nicholas Hoult, que começou a brilhar ainda na infância em Um Grande Garoto e recentemente protagonizou aquele que pode ser o filme derradeiro de Clint Eastwood (Jurado Nº 2), interpreta o líder da milícia, o inclemente e ao mesmo tempo "fala mansa" Bob Mathews. Cansado das pregações do pastor Butler, que previa instalar a nação ariana por meios legais – elegendo representantes no Congresso americano, por exemplo –, Mathews arrebanha outros revoltados para o seu grupo revolucionário, sem qualquer escrúpulos para cometer crimes e assim amealhar fundos para comprar armas e chegar ao seu fim: invadir o Capitólio e tomar o poder nos Estados Unidos.

O investigador do FBI e seu parceiro da polícia passam boa parte do filme tentando ligar os pontos e descobrir o que de fato pretendem esses arruaceiros e quem é o seu líder. Enquanto isso, Mathews já sabe que os tiras estão em seu encalço e até cria uma oportunidade para assassinar Husk. A Ordem é o tipo de suspense em que o bandido está sempre um passo na frente do mocinho. E o espectador vai sacando que, até o jogo virar, muito dano será feito na turma do bem.

Hoult: o grande garoto que já foi jurado número 2 e em "A Ordem" é líder arianoHoult: o grande garoto que já foi jurado número 2 e aqui é líder ariano (Foto: Divulgação Prime Video)

Ainda que os coadjuvantes também mereçam elogios, são Law e Hoult que dão sustância a A Ordem. Law passou um bom tempo entrevistando agentes do FBI que atuavam nos anos 80 para compor seu personagem, enquanto Hoult aceitou a dica do diretor de ficar um tempo sem fumar e sem beber para entrar no espírito do líder ariano que teria de incorporar. Fora o empenho da dupla, é salutar ter mais uma obra que explana grupos nazistas em 2025, ano em que algumas pessoas perderam qualquer pudor em defender ideias antissemitas por aí.

  • A Ordem
  • 2024
  • 117 minutos
  • Indicado para maiores de 16 anos
  • Disponível no Prime Video

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.