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Quem poderia prever que um dos filmes de terror mais aguardados dos últimos tempos seria, na verdade, uma comédia (ou quase)? Pois assim é O Macaco, primeiro filme do cineasta Oz Perkins após o sucesso Longlegs: Vínculo Mortal, em 2024. A base de seu novo trabalho é um conto escrito em 1980 por Stephen King sobre um macaco movido a corda. Quando o brinquedo maligno rufa seu tambor, alguém no recinto tem uma morte horrível – e é nessa parte que entra o humor.
Vale pontuar que, apesar da inspiração nobre num texto do mestre do horror, o filme carece de um roteiro mais caprichado. Na história, dois irmãos gêmeos encontram o tal macaco nas tralhas deixadas pelo pai antes de desaparecer. Não demora muito até que eles percebam do que o animal inanimado é capaz e então resolvem jogá-lo num poço. Vinte e cinco anos depois, o macaco volta a fazer vítimas próximas aos irmãos, que se reconectam após muito tempo afastados para dar um desfecho à maldição.
O contexto dramático que tenta sustentar o filme passa pela relação entre os dois gêmeos. Por ter saído primeiro do ventre da mãe, Bill se considera o irmão mais velho e passa a vida judiando de Hal, que é quem conta a história. Além disso, ele sofre bullying na escola e vê sua mãe ser um dos primeiros alvos do macaco, sendo obrigado a se mudar com o irmão para a casa dos tios (o tio é interpretado por Oz Perkins, que é filho de Anthony Perkins, o ator que imortalizou Norman Bates em Psicose).
Faces da morte
Vinte e cinco anos depois, Hal ressurge afastado de Bill (ambos interpretados por Theo James) e com uma relação fria com seu filho, Petey. Está perto de perder a guarda para o padrasto do menino, numa ponta maluca do eterno Frodo Elijah Wood. Com a volta do macaco provocando mortes, pai e filho se aproximam como nunca e se unem para combater quem está literalmente dando corda no símio do capeta.

As mortes são o grande destaque de O Macaco. Cada nova vítima vai embora de maneira mais engenhosa do que a anterior. Pode envolver tanto uma bola de boliche esmagando um crânio, como um chef da rede Benihana manipulando mal um facão na frente de uma cliente e decepando sua cabeça. Essas cenas são filmadas em tom de galhofa, fazendo com que o filme por vezes pareça uma paródia humorística da série Faces da Morte.
Quem gostou de Longlegs: Vínculo Mortal certamente vai se surpreender com O Macaco. Ou positivamente ou negativamente, pois os enredos são muito distintos. Enquanto o filme de 2024 tinha ares de Silêncio dos Inocentes e escalava Nicolas Cage como um pervertido movido por Satanás, a nova investida de Perkins tem mais a ver com M3GAN ou Annabelle e se aproxima do “terrir”. Há até a aparição de um dos quatro cavaleiros do Apocalipse em dado momento para deixar a coisa mais bizarra. Se você acha que sentir medo e dar risada são coisas que combinam, O Macaco pode te apetecer.
- O Macaco
- 2025
- 100 minutos
- Indicado para maiores de 18 anos
- Em cartaz nos cinemas





