
Ouça este conteúdo
Em Black Rabbit, Jake Friedken (Jude Law) administra um restaurante badalado em Nova York, liderando uma equipe carismática, porém problemática. Seu irmão Vince (Jason Bateman) é um ex-viciado em drogas que ameaça arrastá-lo para seus problemas com a máfia. O relacionamento conturbado dos dois revelará que o próprio Jake não tem as mãos limpas e que o caminho para o inferno está cheio de boas intenções.
Provavelmente, o maior trunfo da série da Netflix é a relação de dependência entre os irmãos, que consegue incorporar alguns momentos brilhantes de roteiro. Merece destaque a atuação de Troy Kotsur (do premiado filme No Ritmo do Coração) como um chefe da máfia multifacetado e surdo.
Isso, juntamente com a intensidade geral – especialmente nos dois episódios finais, que são muito bem resolvidos – e a maravilhosa estética visual, que explora as melhores imagens de Nova York, eleva a qualidade da série, capaz de entreter todos os tipos de espectadores.
E, agora, os senões de Black Rabbit. O principal é que, apesar desses elementos, a trama da série não funciona. Os personagens secundários são deixados sem desenvolvimento; elementos aparentemente essenciais acabam sendo periféricos, e a ambiguidade moral não leva à compreensão, mas sim à rejeição.
Por outro lado, o roteiro aborda muitos temas (do pleito do movimento Me Too a uma reflexão filosófica sobre o sucesso), mas não os desenvolve com a profundidade necessária. Tampouco alcança o arco narrativo de redenção que busca, com uma abordagem muito superficial do bem e do mal. Em suma, embora haja material suficiente para um grande desempenho, a orquestra não soa em sincronia ou afinada.
© 2025 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
- Black Rabbit
- 2025
- 8 episódios
- Indicado para maiores de 16 anos
- Disponível na Netflix
VEJA TAMBÉM:





