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Harrison Ford, em cena de “Blade Runner 2049”
Harrison Ford, em cena de “Blade Runner 2049”| Foto: Warner Bros./Divulgação

Há 41 anos, a cena de um caçador de androides encontrando um origami prateado de unicórnio deixava os espectadores nos cinemas em dúvida sobre o que haviam assistido ao longo de 117 minutos. Estamos falando de Blade Runner, filme de ficção científica baseado no livro Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick. O final, que não esclarecia se o protagonista do longa, interpretado por Harrison Ford, era ou não humano, pode ter frustrado muitos daqueles que esperavam um final mais convencional. No entanto, isso possibilitou que, 35 anos depois, fosse lançada a continuação Blade Runner 2049, recém-adicionada aos catálogos de streaming da Brasil Paralelo e da Netflix.

No segundo filme, acompanhamos o policial K, que desde o início é apresentado como um replicante, uma espécie de androide extremamente humano, com gosto musical, paixões e tudo mais. Entre idas e vindas na primeira hora, sua missão acaba se tornando encontrar Rick Deckard, o caçador original, interpretado por Ford em 1982. É a partir daí que o enredo se enche de aventura e alcança os mesmos questionamentos filosóficos do filme original, tais como: "o que torna humano um ser?" e "qual é o limite do uso das tecnologias na sociedade?"

K, apesar de sua natureza robótica e personalidade seca, vai ficando cada vez mais emocional ao ter contato com lembranças de sua infância (mesmo que artificiais). Esse personagem, interpretado por Ryan Gosling, não tem um final feliz, talvez até por sua condição de máquina turbinada. Seu papel é o de trazer um desfecho alegre para Deckard, que encontra uma filha e se consagra como o verdadeiro herói da saga.

Ver o Blade Runner original, disponível para aluguel no YouTube, é obrigatório antes de se partir para 2049. Além de possibilitar o contato com todo o universo do longa e entender melhor qual é a função de um caçador de androide e o que é um replicante, a ficção vale por sua atualidade, retratando um mundo recheado de tecnologias avançadas e o bombardeio de informações.

A vida imitará a arte? 

Mesmo que o lançamento de Blade Runner 2049 tenha acontecido há seis anos, a volta dele às plataformas acontece no melhor momento possível para quem não foi impactado à época ou quer reassistir à obra com outros olhos. O debate sobre o uso de inteligência artificial aumentou muito desde 2017, quando a produção com Gosling foi lançada.

Uma rápida olhada na plataforma Google Trends, que indica o quanto um termo é buscado, prova que o interesse pelo tema explodiu desde janeiro de 2022 e ainda não atingiu seu auge no Brasil. Este salto é um reflexo da maior inclusão de tecnologias deste tipo na sociedade pós-pandemia de Covid-19, seja em editores de texto ou em plataformas para gerar imagens que não existem.

Dificilmente, carros voadores se tornarão veículos populares nos próximos 26 anos, mas a existência de tecnologias extravagantes, como a inteligência artificial do Chat GPT e o robô humanoide da Tesla, já enseja inúmeros debates para que o mundo crie regras e não acabe esbarrando nos mesmos dilemas vividos pelos androides e humanos de Blade Runner.

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