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Desastre Total

No “Cruzeiro do Cocô”, americanos sentiram como é viver numa ditadura comunista

"Desastre Total: Cruzeiro do Cocô" acaba de chegar ao catálogo da Netflix
O documentário "Desastre Total: Cruzeiro do Cocô" acaba de chegar ao catálogo da Netflix (Foto: Divulgação Netflix)

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Em fevereiro de 2013 as notícias sobre um cruzeiro pegando fogo se espalharam pelos Estados Unidos. Sem energia e sem encanamento funcionando, as quatro mil pessoas embarcadas no tal navio eram obrigadas a fazer suas necessidades embaixo dos chuveiros e em sacos vermelhos descartáveis. Não demorou muito para que a desafortunada viagem fosse apelidada de the poop cruise (o cruzeiro do cocô).

Doze anos depois, a Netflix reconstitui esse acidente em sua série de documentários Desastre Total, que já conta com seis filmes na plataforma. A bom de investir 55 minutos no episódio do Cruzeiro do Cocô é que se trata de uma tragédia em que nenhuma vida foi perdida no final. No máximo, alguns passageiros ficaram traumatizados. Mas muitos voltaram a participar de cruzeiros depois de tal experiência, conforme relatam em tela.

O Carnival Triumph saiu de um porto americano com destino a Cozumel, no México. Após dois dias navegando e um aproveitando as delícias mexicanas, os passageiros imaginavam que em mais dois dias já estariam em terra firme e de volta aos seus afazeres cotidianos nos Estados Unidos. Mas foi nesse retorno que o imprevisto aconteceu: a casa de máquinas do navio pegou fogo e a energia foi cortada por completo.

Luta por bolachas

O documentário refaz essa jornada usando filmagens de celular e entrevistando gente que gastou seu suado dinheirinho naqueles momentos de lazer que depois virariam um sufoco. Também ouve membros da equipe, como a animadora e locutora da viagem e uma tripulante russa, que dá um dos melhores depoimentos do filme.

Quando a falta de energia já tinha comprometido as comidas frescas a bordo, a tripulação começou a distribuir bolachas e outros alimentos que não necessitavam de refrigeração. Os passageiros ficavam até duas horas em filas para conseguir seus mantimentos e, quando tinham acesso a eles, pegavam tudo o que podiam e levavam para suas cabines. É nessa hora que a funcionária que havia crescido na União Soviética diz que aqueles americanos estavam vivenciando uma carestia e um comportamento coletivo muito corriqueiro para quem vinha de uma ditadura socialista. Foi um intensivão de comunismo na veia!

O Carnival Triumph sofreu um incêndio na casa de máquinasO navio Carnival Triumph sofreu um incêndio na casa de máquinas (Foto: Divulgação Netflix)

Muito pior do que a precariedade alimentar era conviver com o odor de urina e fezes que foi aumentando conforme os dias em alto mar se passavam. O ápice da fedentina se deu quando o cruzeiro foi atracado para ser conduzido a um porto americano. A manobra desnivelou o Carnival Triumph, fazendo com que os excrementos transbordantes nos banheiros invadissem os cômodos secos. Deve ter sido terrível, mas todos os envolvidos sobreviveram para narrar a catástrofe, com um bom humor que faz Desastre Total: Cruzeiro do Cocô valer a pena.

  • Desastre Total: Cruzeiro do Cocô
  • 2025
  • 55 minutos
  • Indicado para maiores de 14 anos
  • Disponível na Netflix

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