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A biografia de um santo costuma parecer distante no espaço e no tempo, mas um documentário que acaba de chegar à plataforma Lumine mostra que é possível ser santo, brasileiro e contemporâneo. Em Guido Schäffer: Um Jovem que Amava Deus, as Pessoas e o Mar, amigos e familiares contam a vida extraordinária do jovem médico, surfista e seminarista que está em processo de beatificação.
Guido Schäffer foi inicialmente reconhecido como Servo de Deus (o primeiro passo para ser reconhecido como santo) quando seu processo de beatificação e canonização teve início, em 2014. Ele recebeu oficialmente esse título em 2015, após a abertura do processo pela Congregação para a Causa dos Santos no Vaticano. Em 20 de maio de 2023, Schäffer foi declarado “venerável” pelo Papa Francisco, após a Igreja reconhecer a prática de virtudes heroicas em sua vida.
Boas referências são sempre relevantes para ajudar os jovens nas decisões que devem tomar, sobretudo por se tratar de um momento em que ainda não se tem tanta maturidade. A história de Guido Schäffer é importante porque apresenta um excelente modelo para as novas – e não tão novas assim – gerações, como exemplo de santidade possível e próxima da realidade comum a qualquer brasileiro. A obra da Chamon/Rubi Filmes e disponível na Lumine torna isso possível.
O nosso Acutis
O documentário o apresenta como um jovem de fé vibrante — assim como o italiano Carlo Acutis, que será canonizado este ano. No caso brasileiro, trata-se de um surfista carioca que quis abraçar o sacerdócio sendo médico, conciliando sua paixão pelo mar com o profundo desejo de servir a Deus. Guido é uma inspiração não somente para profissionais da saúde, mas também para atletas de esportes radicais. Somente o Brasil poderia dar ao mundo um santo com um currículo tão surpreendente.
A Lumine contou a trajetória de Schäffer pela primeira vez na série Brasil de Todos os Santos, e, agora, estreia em sua plataforma um documentário completo com a história do venerável, incluindo fotos e vídeos pouco conhecidas. Produzido pelo jornalista carioca Emílio Gallo, diretor da Lumine Filmes, a obra não surpreende por seus efeitos técnicos extraordinários, senão pela honestidade em transmitir a biografia emocionante de um candidato a santo sem pesar no sentimentalismo religioso.
No documentário, os pais já idosos de Schäffer choram copiosamente pela saudade do filho falecido ainda tão moço. É natural que a audiência também se emocione com o luto prolongado de quem gerou e perdeu uma pessoa genuinamente boa, capaz de chegar em casa sem sapatos por tê-los doado a um mendigo. A comoção que o documentário desperta não é forçada. Ao contrário. O convite do filme é à reflexão a respeito das escolhas que as pessoas fazem em nome da fé.
Guido Schäffer faleceu aos 34 anos e, mesmo tão jovem, conseguiu deixar um legado: frequentava a universidade, ia à missa, participava de grupos de oração e evangelizava as pessoas que cruzavam seu caminho. Sua vida foi marcada por uma alegria inabalável e por uma confiança profunda em Deus. Além de deixar a vida de leigo e optar pela religiosa, ele abandonou um noivado para ingressar no seminário, em um testemunho de entrega total de sua vocação à vontade divina.
Fé e coragem
Schäffer queria ser não apenas médico do corpo, mas também das almas, sentindo que Cristo o chamava para algo maior. O documentário apresenta imagens inéditas de Schäffer pregando, com toda a sua eloquência e ardor missionário. A reflexão geral do filme é clara: vale a pena viver para Deus.
Em um mundo tão sedento de bons exemplos, Schäffer se destacava pela bondade, alegria e confiança na Providência Divina. Sua história desafia os católicos a não terem medo da santidade, a colocarem Cristo no centro de suas vidas e a abraçarem o chamado do Evangelho com coragem.
O filme emociona e inspira ao mostrar como a santidade pode florescer em qualquer ambiente. O objetivo de Schäffer era subir ao altar como sacerdote, mas Deus quis algo maior: que ele subisse como santo. A fé católica ensina que a santidade transcende as vontades individuais e a compreensão humana; Schäffer não se tornou padre de uma paróquia; mas, para os católicos de todo o mundo, se tornou um intercessor.
- Guido Schäffer: Um Jovem que Amava Deus, as Pessoas e o Mar
- 2019
- 60 minutos
- Indicado para maiores de 12 anos
- Disponível na Lumine
