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Faroeste rodado em Goiás, “Oeste Outra Vez” surpreende por investir no estilo

Cena do faroeste "Oeste Outra Vez", que foi rodado no interior de Goiás
Cena de "Oeste Outra Vez", que foi rodado no interior de Goiás (Foto: Divulgação O2 Play)

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O faroeste não é um gênero contemplado em muitas produções hoje em dia. E, se Hollywood não se dedica tanto a ele, o que dizer do cinema nacional? Por isso é que Oeste Outra Vez chama tanto a atenção. O bangue-bangue rodado no interior de Goiás foi o grande vencedor do festival de cinema de Gramado no ano passado e agora pode ser visto por quem assina o Telecine.

Tudo bem que chamar de bangue-bangue a película escrita e dirigida por Erico Rassi seja um pouco exagerado. Muitos “bangues” são ouvidos ao longo dos 97 minutos de filme, só que a maioria dos tiros erra o alvo. Apenas três homens são abatidos e um pipoco pega de raspão em outro. Talvez seja o faroeste de pior mira de todos os tempos.

Mas a pontaria ruim faz parte do charme tragicômico de Oeste Outra Vez. Trata-se de um filme de vingança de um homem (Totó, papel de Ângelo Antônio), que perde a mulher para outro (Durval, interpretado por Babu Santana). Totó contrata um capanga judiado pelo tempo para executar seu rival, o plano sai mal (a tal da pontaria descalibrada) e então é Durval quem paga uma dupla de carniceiros para matar seu oponente.

Solidão e saudade

A presença feminina é quase invisível na história. Rassi, que é natural de Anápolis (GO), joga luz nos homens que habitam o cerrado goiano, sempre bebendo doses de cachaça e chupando metades de limões. Eles compartilham casos sobre amores frustrados nas tímidas conversas que protagonizam e geralmente concluem que o bom mesmo é ter “uma mulherzinha para fazer companhia”.

O resgate da honra buscado por Totó é menos importante do que seu desejo de que sua ex largue Durval e volte para os seus braços. Para acentuar esse clima de solidão e saudade, Rassi lança mão de boleros rasgados, com destaque para o grande sucesso de Nelson Ned, Tudo Passará, que ressoa num dos momentos mais importantes da narrativa.  

O ator Ângelo Antônio interpreta Totó no faroeste goianoÂngelo Antônio interpreta Totó no faroeste goiano (Foto: Divulgação O2 Play)

Como a produção brasileira dentro desse estilo é para lá de escassa, é um prazer assistir a Oeste Outra Vez. Mesmo que ele não chegue aos pés de westerns clássicos (nem há a pretensão disso), o filme tem bons momentos, diálogos com alguma graça e prova que Goiás possui paisagens para abrigar outros faroestes mais ambiciosos.

  • Oeste Outra Vez
  • 2024
  • 97 minutos
  • Indicado para maiores de 14 anos
  • Disponível no Telecine e para locação e compra em Apple TV+

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