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Luto

Francisco Cuoco, ícone da teledramaturgia nacional, morre aos 91 anos

(Foto: Reprodução/Novela Vida da Gente/TV Globo )

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O ator Francisco Cuoco, um dos nomes mais marcantes da teledramaturgia brasileira e considerado um dos grandes galãs da TV, faleceu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos. A informação foi confirmada por familiares próximos. O ator estava internado havia cerca de três semanas no Hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista. A causa da morte não foi divulgada, mas segundo familiares, o ator enfrentava complicações de saúde relacionadas à idade e a uma infecção decorrente de uma lesão.

Francisco Cuoco foi um dos principais atores da televisão brasileira, com mais de seis décadas de carreira dedicadas à TV, ao teatro e ao cinema. Galã em produções que marcaram época, teve papel central na consolidação da teledramaturgia nacional. Seus personagens em novelas como Pecado Capital (1975), O Astro (1977) e O Outro (1987) o tornaram um dos rostos mais populares da Rede Globo nas décadas de 1970 e 1980.

Francisco Cuoco nasceu em 1933, no bairro do Brás, na capital paulista. Era filho do imigrante italiano Leopoldo Cuoco, feirante, e de Antonieta, dona de casa. Cresceu em uma família humilde, Francisco Cuoco ajudava o pai na feira durante o dia e estudava à noite. Inicialmente, pretendia cursar Direito, mas optou por seguir a carreira artística ao ingressar na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), onde estudou por quatro anos.

Desde a infância, Francisco Cuoco demonstrava interesse pelo palco. Fascinado pelos circos mambembes que se instalavam em um terreno baldio em frente à sua casa, passou a encenar pequenas peças para a família e amigos. A estreia profissional ocorreu em 1958, em A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto. Nos anos seguintes, integrou o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete, companhias centrais para a renovação da cena teatral brasileira.

No teatro, destacou-se também em peças como O Beijo no Asfalto (1961), de Nelson Rodrigues. Em 1964, recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação na comédia Boeing-Boeing. Sua transição para a televisão se deu ainda nos anos 1960, em programas como o Grande Teatro Tupi, da TV Tupi. Em 1964, protagonizou sua primeira novela, Marcados Pelo Amor, escrita por Walther Negrão e Roberto Freire. Depois vieram Redenção (1966), Legião dos Esquecidos (1968), Selva de Pedra (1972) e, posteriormente, produções como Feijão Maravilha (1979), Eu Prometo (1983) e O Salvador da Pátria (1989).

Francisco Cuoco foi um dos principais atores da televisão brasileira, com mais de seis décadas de carreira dedicadas à TV, ao teatro e ao cinema (Foto: Divulgação/TV Globo)

Longe dos palcos desde 1985, quando encenou Hedda Gabler, de Ibsen, com Dina Sfat, o eterno galã só voltou à vida nômade da profissão em 2005, quando abandonou a dedicação exclusiva de 20 anos à televisão e ao cinema para atuar com Gracindo Junior e Chico Tenreiro, na comédia de costumes Três Homens Baixos.

A parceria deu tão certo que, no ano seguinte, os três decidiram se unir outra vez no tablado, com Gracindo Junior dirigindo a comédia O Último Bolero, do autor João Machado. A peça rodou pelo país por cerca de um ano e meio, encerrando temporada em Curitiba (PR). Na época, Francisco Cuoco conversou com a Gazeta do Povo sobre a peça e a carreira.

Nas décadas de 2000 e 2010, passou a ocupar papéis de coadjuvante, mas manteve presença constante na televisão. Atuou em Cobras & Lagartos (2008), Passione (2010), participou do remake de O Astro (2011) e esteve em Sol Nascente (2016). Seus últimos trabalhos foram participações especiais em Salve-se Quem Puder (2020) e na série No Corre (2023).

No cinema, Francisco Cuoco participou de filmes como Grande Sertão (1968), Traição (1998), Gêmeas (1999), Cafundó (2005), além de títulos voltados ao público infantil, como Um Anjo Trapalhão (2000) e Didi – O Caçador de Tesouros (2006), ambos com Renato Aragão. Francisco Cuoco também explorou a música. Em 1975, lançou o LP romântico Soleado, e mais tarde o álbum Paz Interior, com orações católicas musicadas.

O ator deixa três filhos: Rodrigo, Diogo e Tatiana. Esta última, que reside em Londres, conseguiu visitar o pai no hospital durante os últimos dias de vida.

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