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O diretor Ridley Scott retorna à Roma Antiga com Gladiador 2, continuação aguardada que chegou aos cinemas no fim de 2024 e agora integra o catálogo da Netflix. O filme coloca em cena o embate entre liberdade e tirania, com um espetáculo visual de grande impacto, mas que exige cautela pela violência explícita e pela carga moral intensa.
As análises de Movieguide, Aceprensa e National Review destacam tanto os pontos fortes quanto os riscos da produção.
Virtudes e fé
O portal Movieguide deu nota máxima (4/4 estrelas) ao longa, classificado como uma aventura espetacular e inspiradora. O enredo acompanha Lucius, filho de Lucilla e do General Máximo, que retorna a Roma como gladiador para vingar a morte da esposa, atribuída ao General Acacius. Aos poucos, descobre que o rival também trama a queda dos cruéis imperadores gêmeos.
O filme tem cenas de decapitações, batalhas sangrentas e confrontos com animais selvagens. Há ainda referências à decadência moral da Roma Antiga, com insinuações sexuais e linguagem vulgar.
Entre os destaques apontados está a presença de um personagem cristão, ex-gladiador convertido em médico, que menciona perdão e salvação. Embora a vingança seja a motivação inicial de Lucius, a história culmina em um desfecho marcado por sacrifício e reconciliação. A mensagem central valoriza a liberdade republicana diante da tirania.
Apesar da avaliação positiva, o Movieguide recomenda cautela: o filme foi classificado como apropriado apenas para adolescentes mais velhos e adultos devido ao grau de violência.
Complexidade e grandiosidade
A Aceprensa, que atribuiu nota 8/10, ressalta que Ridley Scott conseguiu dar vigor a uma sequência que poderia soar repetitiva. O roteiro de David Scarpa é considerado mais complexo, com “ares shakespearianos” e tramas políticas que lembram Game of Thrones.
O crítico Jaume Figa Vaello destaca o uso de tecnologia para ampliar o impacto visual das batalhas e da recriação de Roma. O elenco é outro ponto de força: Paul Mescal (Lucius), Pedro Pascal (Acacius) e Denzel Washington (Macrinus). Washington, segundo a crítica, entrega uma atuação que poderia levá-lo a um novo Oscar. Não houve sequer indicação: Gladiador 2 concorreu apenas em Melhor Figurino, categoria vencida por Wicked.
Entre os pontos fracos, a publicação menciona a introdução lenta, a trilha sonora menos marcante que a do filme original e licenças históricas consideradas exageradas, como tubarões no Coliseu e a cena de um cidadão lendo algo semelhante a um jornal.
Um eco do original
A National Review adota um tom mais crítico. Para a revista, Gladiador 2 é “apenas um eco distante” do clássico de 2000, incapaz de repetir sua força dramática. Embora reconheça a magnitude técnica e visual, a publicação considera que a sequência não alcança o mesmo peso narrativo, funcionando mais como uma releitura estilizada do que como um filme com identidade própria.
"Um filme lançado como continuação, após longo intervalo, precisa de uma razão para existir além de simplesmente explorar o afeto por uma obra consagrada — que o tempo temperou com nostalgia — para lucrar mais. Gladiador 2 só consegue justificar sua existência internamente ao, ao menos no início, negar as conquistas e o legado de Máximo. Descobrimos logo que sua morte significou pouco e que a corrupção em Roma só se agravou", escreveu o crítico Jack Butler.
- Gladiador 2
- 2024
- 150 minutos
- Indicado para maiores de 16 anos
- Disponível na Netflix
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