Sob o imponente Arco do Triunfo, uma das obras arquitetônicas mais famosas de Paris, existe um túmulo com a ossada de um soldado desconhecido, morto durante a Primeira Guerra Mundial. Na mesma batalha, a França capturou jovens de tribos em países africanos, como Senegal, Guiné e Sudão, para reforçar o volume de suas tropas. Esses dois fatos são a base para a criação do roteiro do longa-metragem Herói de Sangue, dirigido e roteirizado por Mathieu Vadepied.
Recém-lançado nos cinemas brasileiros, o filme acompanha a luta de um homem para salvar seu filho da morte certeira no front de batalha. Bakary, interpretado pelo experiente Omar Sy (ator de Intocáveis e Lupin), alista-se voluntariamente para o exército francês após seu primogênito, Thierno, ser capturado no Senegal.
A história se desenrola conforme vai se aproximando o momento de pai e filho realmente encararem a guerra. Os dois tentam escapar de um campo de treinamento, mas rapidamente são pegos. Mais à frente, encontram um homem que também pode ajudá-los com uma alternativa para fugir quando já estão perto da batalha na própria França.
À essa altura de Herói de Sangue, fica evidente que os soldados africanos não conseguiriam se organizar em algum tipo de revolta por culpa dos diferentes dialetos falados entre eles. Essa barreira linguística que, de fato, existiu, tornava difícil que eles se entendessem para além do costumeiro “salaam aleikum”, saudação muçulmana que significa “que a paz esteja contigo”.
Atuações emocionantes
Enquanto Bakary está completamente focado em achar uma maneira de fugir da guerra, Thierno usa seu conhecimento da língua francesa para ganhar respeito entre os soldados e se aproximar do Tenente Chambreau, um jovem de vinte e poucos anos que deseja provar seu valor ao pai, o general daquele exército.
Pai e filho começam a se afastar por conta seus objetivos diferentes. Esse aspecto remete à revolta adolescente que muitos filhos têm com seus pais quando discordam de algo. Para os atores, é um cenário perfeito para entregar atuações recheadas de emoção. Mesmo que Sy seja o veterano do elenco, em muitas cenas o destaque é Alassane Diong, que interpreta o filho. A relação dos dois é retratada de maneira bastante convincente.
Em uma semana em que as salas de cinema estarão cheias para ver o fenômeno “Barbenheimer” (forma como a estreia simultânea de Barbie e Oppenheimer foi apelidada), assistir à Herói de Sangue é muito mais do que apenas uma alternativa às sessões lotadas. O filme, que teve desempenho espetacular nas bilheterias francesas, é lição obrigatória para fãs de produções sobre guerras e também para quem deseja refletir sobre os limites inexistentes no amor de um verdadeiro pai por seu filho.
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