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Quando George Miller decidiu revisitar o universo de Mad Max em 2015, havia desconfiança sobre a capacidade do diretor de recuperar a força da saga iniciada no fim dos anos 70. Dez anos depois, Mad Max – Estrada da Fúria, disponível na HBO Max, não apenas reviveu a franquia, mas tornou-se um dos títulos mais celebrados do cinema de ação do século XXI.
Lançado em maio de 2015, o quarto capítulo conquistou crítica e público e faturou seis Oscars em categorias técnicas. Desde então, a produção estrelada por Charlize Theron, como a Imperatriz Furiosa, e Tom Hardy, no papel de Max Rockatansky, figura entre os melhores filmes das últimas duas décadas. E não apenas dentro do gênero de ação.
Sem depender do carisma de Mel Gibson, astro da trilogia original, Miller conseguiu renovar a linguagem do estilo. O diretor construiu um épico em movimento, no qual a narrativa se confunde com a coreografia das perseguições. São duas horas de tensão quase ininterrupta, que impactaram uma Hollywood acostumada a cortes frenéticos e efeitos digitais.
Estrada da Fúria apostou em filmagens práticas, dublês em risco real e cenários no deserto da Namíbia. Os recursos de computação gráfica estão presentes, mas como apoio, não como protagonista. O resultado devolveu ao cinema uma fisicalidade próxima à dos grandes filmes de ação da década de 80.
Melhor do que os concorrentes
Desde 2000, o cinema de ação se reinventou diante de novas tecnologias e públicos. A trilogia Matrix (1999–2003) havia elevado o gênero ao misturar filosofia e efeitos inovadores. A série sobre Jason Bourne trouxe câmera realista e influenciou até James Bond em Cassino Royale (2006).
Se Bourne acrescentou visceralidade e Nolan deu seriedade aos blockbusters com um novo Batman, em O Cavaleiro das Trevas (2008), o australiano Miller resgatou o espetáculo puro, mas sem renunciar à complexidade.

São inevitáveis comparações com Velozes e Furiosos, a saga mais lucrativa do gênero neste século. Mas enquanto Vin Diesel se apoia em exageros, quase sempre amparado por recursos tecnológicos, Estrada da Fúria provou ser possível unir espetáculo e densidade. O filme também rivaliza com John Wick (2014), que revolucionou a coreografia da violência.
Entre todas essas referências, Estrada da Fúria permanece no imaginário coletivo quase como uma obra-prima. Seu equilíbrio entre arte e entretenimento o torna único.
Uma saga no deserto australiano
O universo de Mad Max começou em 1979 como produção independente australiana, estrelada por um jovem Mel Gibson. O sucesso inesperado, marcado por estética punk, estradas áridas e violência estilizada, revelou George Miller como um diretor inventivo.
A continuação, Mad Max 2 – A Caçada Continua (1981), consolidou o imaginário pós-apocalíptico de carros e gasolina e virou cult. Já Além da Cúpula do Trovão (1985) incorporou elementos mais populares, mas manteve o tom de alegoria sobre sociedades em ruínas.
Após o retorno em 2015, com Estrada da Fúria, Miller lançou em 2024 Furiosa: Uma Saga Mad Max. Anya Taylor-Joy interpreta a jovem Furiosa, antes de se tornar a guerreira imortalizada por Charlize Theron.
Todos os cinco filmes estão disponíveis na plataforma HBO Max.
- Mad Max - Estrada da Fúria
- 2015
- 120 minutos
- Indicado para maiores de 16 anos
- Disponível na HBO Max e Prime Video
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