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Achado no streaming

“Meu Vizinho Adolf” provoca: e se Hitler se mudasse para a casa ao lado?

O escocês David Hayman e o alemão Udo Kier
O ator escocês David Hayman e o ator alemão Udo Kier estão em "Meu Vizinho Adolf" (Foto: Divulgação Prime Video)

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Imagine a seguinte situação. Você sobreviveu ao Holocausto e, no início dos anos 1960, mora num afastado vilarejo da Colômbia, tentando curar as feridas deixadas pelo nazismo, incluindo a morte de todos os seus familiares em campos de concentração. De repente, um alemão se muda para a casa ao lado e você começa a desconfiar de que ele é ninguém mais, ninguém menos do que Adolf Hitler. O que fazer?

Essa é a premissa de Meu Vizinho Adolf, bem-humorado filme escrito e dirigido pelo russo criado em Israel Leon Prudovsky, que está espalhado por vários serviços de streaming, dentre eles o Prime Video. Essa joia, que chegou a ganhar prêmios em festivais há três anos, é estrelada por dois veteranos das telonas. O escocês David Hayman, de 77 anos, faz o judeu Marek Polsky, entretido com suas rosas negras no jardim até a chegada do vizinho do barulho. Este, denominado Hermann Herzog, é interpretado pelo octogenário Udo Kier, cujo olhar já intrigava no videoclipe de Deeper and Deeper, da Madonna, e depois seria presença constante na filmografia do dinamarquês Lars von Trier e em dois trabalhos recentes do brasileiro Kleber Mendonça Filho.

O vizinho alemão se acomoda na residência ao lado na companhia de um pastor alemão chamado de Wolfie. As encrencas já começam no dia da mudança, pois a roseira de Mister Polsky, de acordo com a escritura, está numa faixa do terreno do novo morador. Uma cerca mais precisa é instalada entre os vizinhos, o que não impede que Wolfie vá defecar no quintal do judeu. A situação se agrava quando Polsky mata o cão por acidente.

Misto de sentimentos

Com o convívio atribulado e sob a influência da notícia de que um dos comandantes do Holocausto, Adolf Eichmann, fora capturado pelo Mossad na Argentina, o judeu passa a desconfiar de que Hermann Herzog tem ligações com a Alemanha nazista. Não apenas isso: seu vizinho pode ser o próprio Führer. Quando criança, Polsky participara de um campeonato de xadrez em que Hitler estava na audiência. O olhar do líder nunca saiu de sua cabeça. E era o mesmo do vizinho!

A situação exige muito de David Hayman, ator que, apesar do vasto currículo, quase sempre é chamado para papeis menores, que não redundam em prêmios. Com o seu Mr Polsky, ele precisa demonstrar um sem número de emoções. A começar pelo asco, por talvez estar perto de alguém que dizimou seu povo. Também o medo, pelo mesmo motivo. A curiosidade, fundamental para tentar juntar as peças e provar que aquele é mesmo Adolf Hitler. E, num momento mais adiantado da trama, uma profunda compaixão pelo alemão, revelando toda a beleza do filme.

O ator David Hayman vive Marek Polsky, um sobrevivente do HolocaustoDavid Hayman vive um sobrevivente do Holocausto em Meu Vizinho Adolf (Foto: Divulgação Prime Video)

Meu Vizinho Adolf aproxima os dois idosos reclusos na paixão pelo jogo de xadrez. Os movimentos no tabuleiro nas partidas que disputam servem de paralelos com os avanços e retrações nas investigações amadoras de Polsky para determinar se ele divide muro com o maior assassino de guerra de todos os tempos. Quando o mistério é revelado, o espectador já levou um xeque-mate e sente vontade de levantar da poltrona e aplaudir com entusiasmo a engenhosidade da história apresentada.  

  • Meu Vizinho Adolf
  • 2022
  • 95 minutos
  • Indicado para maiores de 14 anos
  • Disponível no Prime Video, Reserva Imovision, Looke, Filmelier e para locação e compra em Amazon, Apple e Microsoft

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