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História real

Em “Milagre do Destino”, repórter descobre irmã ao buscar transplante de medula

Baseado em fatos, "Milagre do Destino", Rhaisa Batista e Dani Gondim são as protagonistas
Dani Gondim e Rhaisa Batista em "Milagre do Destino", filme disponível no Globoplay (Foto: Divulgação/TV Verdes Mares)

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Em 2021, aos 33 anos e em meio à pandemia, a repórter Marina Alves foi diagnosticada com linfoma linfoblástico de células T, um tipo agressivo de câncer que afeta o sistema imunológico. Por isso precisaria de um transplante de medula óssea. De maneira surpreendente, além de conseguir uma doadora compatível dentro do hospital onde esteve internada, Marina descobriu que a técnica de enfermagem doadora, Lumara Souza, era sua irmã biológica - um laço desconhecido por todos.

Essa história extraordinária, que ocorreu na vida da jornalista da TV Verdes Mares, afiliada à Rede Globo no Ceará, acabou virando filme, produzido pela própria emissora cearense. Milagre do Destino é a versão romanceada, embora bastante superficial, dessa trajetória inusitada. Exibido em fevereiro na sessão Tela Quente, da TV Globo, o filme despertou a curiosidade dos internautas sobre a verdadeira história das irmãs.  

"Milagre do Destino", com atuações de Dani Gondim e Rhaisa Barbosa, está disponível para streaming no Globoplay.Filme baseado em fatos reais, "Milagre do Destino", tem Rhaisa Barbosa e Dani Gondim no elenco (Foto: Divulgação/ TV Verdes Mares)

No longa-metragem, Marina é retratada como Marília e Lumara como Lucimar. A personagem Lucimar (Rhaisa Batista) começa a seguir Marília (Dani Gondim) nas redes sociais após ouvir amigos comentarem sobre a semelhança física entre ambas. Na trama, a amizade tem início logo após a personagem começar a quimioterapia. A enfermeira, que se revelará sua irmã, é a responsável por seus cuidados. A revelação de que Lucimar é irmã de Marília só ocorre no desfecho da obra, criando uma tensão constante até o momento da verdade. 

Rhaisa Batista convence no papel de Lucimar, enquanto a vibrante alegria de viver de Dani Gondim, como Marília, inspira aqueles que enfrentam situações tão difíceis. Ambas as atrizes, muito bonitas, estão em uma produção que valoriza o Ceará, com suas riquezas naturais, gastronômicas e linguísticas, conferindo uma leveza inesperada a histórias desse gênero. 

Realidade X ficção: o que o filme não contou 

Na vida real, a descoberta não foi tão inesperada. De fato, quando Lumara começou a conversar com Marina pelas redes sociais, a jornalista logo percebeu a semelhança da seguidora com suas tias e primas. As duas se aproximaram virtualmente durante o diagnóstico e, ainda mais, com o tratamento, já que Lumara trabalhava no setor de doação de sangue no mesmo hospital.  

Elas se encontraram pela primeira vez na UTI e começaram a suspeitar do parentesco.  "A mãe da Lumara cuidou de mim quando eu era criança e nessa época ela teve um envolvimento rápido com o meu pai e os dois perderam o contato. [...] Nesse dia a gente teve uma conversa mais aprofundada sobre a nossa infância e despertou ‘será que existe alguma possibilidade de parentesco?’", relatou Marina ao G1 Ceará. 

Até então, Marina acreditava ser filha única, o que dificultava encontrar um doador compatível. No entanto, após uma campanha de busca, veio a descoberta de que Lumara tinha 50% de compatibilidade para o procedimento. O transplante de medula óssea foi realizado em abril de 2022 e, posteriormente, em 2025, Marina pôde assistir radiante à adaptação de sua história para o cinema, ao lado da irmã recém-descoberta.  

Em entrevista ao podcast A Vida É Delas, do Sistema Verdes Mares, as irmãs compartilham a união familiar, o sobrenome paterno que Lumara passou a usar e a fé que se tornou o norte de toda a família. Um ensinamento marcante da avó das duas, mencionado pela jornalista, foi o de rezar com gratidão, não com súplicas. Agradecer a Deus pelo tratamento disponível, pelos profissionais do hospital, pelos amigos e pelas preces recebidas transformou a perspectiva da paciente, inspirando resiliência e força a quem acompanha seu relato. 

Mais milagres surpreendentes 

Enquanto o filme omite detalhes sobre o pai das irmãs, nas redes sociais é possível descobrir que ele está separado da mãe de Marina. Em uma publicação no Instagram, a jornalista revela outro milagre: seu pai foi baleado na cabeça há mais de 20 anos, perdeu sangue por 12 horas até ser resgatado e, como sequela, perdeu apenas a visão. Ele não pôde ver a nova filha que descobriu já adulta, mas, segundo a jornalista, consegue imaginar suas feições ao recordar as semelhanças que ela tem com as mulheres da família. 

Milagre do Destino emociona e, sobretudo, cumpre um papel relevante ao conscientizar o público sobre a importância de doar medula óssea. A produção mostra como um simples gesto pode salvar vidas e destaca a solidariedade que transcende laços de sangue. Como resultado, o filme sensibiliza a audiência e incentiva mais pessoas a se cadastrarem como doadoras. 

A produção toca corações ao retratar a emocionante história das protagonistas ao mesmo tempo em que valoriza a beleza e a cultura nordestina. Em resumo, vale a pena conferir Milagre do Destino, uma obra que enfatiza a relevância de doar medula óssea e o poder das conexões familiares.

  • Milagre do Destino 
  • 2025 
  • 55 minutos
  • Indicado para maiores de 10 anos 
  • Disponível no Globoplay 

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