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Audiovisual em luto

Morre Jean-Claude Bernardet, renomado crítico de cinema no Brasil, aos 88 anos

Jean-Claude Bernardet recebeu o prêmio o Prêmio Especial do Júri, na cerimônia de premiação do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Jean-Claude Bernardet recebeu o prêmio o Prêmio Especial do Júri, na cerimônia de premiação do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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O crítico de cinema Jean-Claude Bernardet, de 88 anos, morreu neste sábado. Um dos maiores nomes do audiovisual no Brasil, Bernardet será velado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, das 13h às 17 horas deste domingo (13).

O cineasta Fábio Rogério, que o acompanhava no Hospital Samaritano, confirmou a morte, embora ainda não haja detalhes sobre a causa do falecimento.

Bernardet teve contribuição significativa para o cinema brasileiro e é autor de livros como Brasil em Tempo de Cinema, Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro e O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira (este último em parceria com Maria Rita Galvão).

Bernardet foi crítico, professor, roteirista, ator e pensador do cinema

Além de crítico, Bernardet atuou como ensaísta, professor, roteirista, escritor, diretor e, mais recentemente, ator. Também foi professor-emérito da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo, onde se aposentou em 2004.

Bernardet viveu por muitos anos em um dos endereços mais icônicos da capital paulista, o Edifício Copan, no centro de São Paulo. À cidade, dedicou o filme São Paulo, Sinfonia e Cacofonia (1994). “São Paulo é impossível de se viver, mas também é impossível sair daqui”, costumava dizer.

Por sua atuação em FilmeFobia (2008), de Kiko Goifman, Bernardet ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília. Também atuou em filmes como A Navalha do Avô, Periscópio, Pingo D’água e Fome.

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Naturalizado brasileiro, Bernardet ajudou a fundar o curso de cinema da UnB

De família francesa, Bernardet nasceu em Charleroi, na Bélgica. Passou a infância em Paris, mas, aos 13 anos, mudou-se para o Brasil. Naturalizou-se brasileiro em 1964.

Formado em artes gráficas no Senac, trabalhou na Livraria Francesa, no centro de São Paulo, onde conheceu o crítico Paulo Emílio Salles Gomes — responsável por sua entrada na Cinemateca Brasileira e no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, na década de 1950.

À época, já participava do cineclubismo, de onde surgiu seu interesse por cinema, que se estendeu ao Cinema Novo de Glauber Rocha. Ele e o diretor, contudo, romperam relações após a publicação de Brasil em Tempo de Cinema, em 1967.

Sua formação incluiu uma passagem pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, e um doutorado em Artes pela ECA-USP.

Em 1965, ao lado de Paulo Emílio Salles Gomes, Lucila Ribeiro Bernardet, Pompeu de Souza e outros, Bernardet foi um dos fundadores da Universidade de Brasília (UnB), onde foi o responsável pela criação do curso de Cinema.

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