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Morreu neste sábado, 30 de agosto de 2025, em Porto Alegre, o escritor, cronista e humorista gaúcho Luis Fernando Veríssimo, aos 88 anos. Internado desde o início do mês na UTI do Hospital Moinhos de Vento em razão de uma pneumonia, o autor não resistiu às complicações e encerrou uma trajetória que marcou a literatura e o jornalismo brasileiros. O escritor deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.
Filho do também escritor Érico Veríssimo, outro nome fundamental da literatura nacional, Luis Fernando nasceu em 26 de setembro de 1936 na capital gaúcha e cresceu em meio aos livros e ao ambiente intelectual da família. Ao longo da vida, tornou-se um dos cronistas mais populares do país, com estilo marcado pelo humor, pela ironia e pela observação aguda do cotidiano.
Veríssimo publicou mais de 70 obras, entre crônicas, contos, romances, antologias. Vendeu mais de 5,6 milhões de cópias. O autor deixou personagens que entraram para o imaginário cultural brasileiro, como o detetive Ed Mort, a Velhinha de Taubaté e o Analista de Bagé. Sua obra mais conhecida, Comédias da Vida Privada, foi adaptada para a televisão e alcançou milhões de espectadores, consolidando-o como um dos autores mais lidos e queridos do país.
A trajetória de Veríssimo não se restringiu aos livros. Ele também foi tradutor, roteirista, cartunista, publicitário, músico e colaborador de jornais como Zero Hora, O Estado de S. Paulo e O Globo. Seu texto transitava entre a crítica social, a política, o futebol, a vida doméstica e os dilemas da convivência.
Nos últimos anos, a saúde do escritor se fragilizou. Em 2016, Luis Fernando Veríssimo passou pela implantação de um marca-passo após problemas cardíacos. Em 2020, sofreu um acidente vascular cerebral que deixou sequelas motoras e de comunicação, o que o levou a se afastar gradualmente da vida pública e da produção literária. Foi também diagnosticado com a doença de Parkinson.
Luis Fernando Veríssimo deixa como legado uma obra que atravessou gerações e moldou a forma como os brasileiros leem crônicas e humor. O escritor foi um intérprete sagaz da sociedade brasileira, retratando com inteligência suas contradições, vaidades e fragilidades.
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