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“Na Natureza Selvagem” traz história real sobre o idealismo e suas consequências

Emile Hirsch encarna Chris McCandless em "Na Natureza Selvagem"
Emile Hirsch encarna Chris McCandless no filme "Na Natureza Selvagem" (Foto: Divulgação/Netflix)

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Uma vida em fuga. Assim inicia a trajetória de Christopher McCandless, jovem americano que, logo após se formar na universidade, decide abandonar tudo em busca de um sentido para a existência. Dirigido por Sean Penn e adaptado do livro de Jon Krakauer, Na Natureza Selvagem narra a jornada real de quem decidiu doar suas economias, cortar laços com familiares a amigos e partir sozinho pelos Estados Unidos até chegar ao Alasca.

Na caminhada, Chris adota o nome de Alexander Supertramp e recusa qualquer conforto material. O objetivo do personagem é viver plenamente a liberdade. Encarar de frente a solidão e o contato direto com a natureza, longe da pressão e das amarras impostas pela sociedade moderna. 

O livro que relata a história do personagem foi publicado em 1996 e o filme chegou às telonas em 2007. Ao longo do tempo, ambos ajudaram a formar uma legião de admiradores de McCandless, inspirados por sua coragem de desafiar as expectativas dos outros e pela honestidade em reconhecer os próprios limites. 

Dimensão filosófica  

O culto à história é resultado da dimensão filosófica que a experiência de Chris carrega. O jovem é movido por leituras, idealismo e reflexões sobre ecologia, desapego e autenticidade. Sua jornada inspira justamente por insistir em uma vida vivida com intensidade, mesmo aceitando consequências que podem ser drásticas.

O filme, no entanto, não o romantiza como herói. A produção mostra com clareza que cada decisão tem seu preço, e muitas vezes doloroso. A narrativa expõe, por exemplo, o impacto sobre os que ficaram pelo caminho, como os pais de Chris, a irmã Carine e os amigos. Mostra como o desligamento voluntário também envolve sofrimento. 

Chris McCandless decide abrir mão de todos seus relacionamentos em "Na Natureza Selvagem"Chris McCandless decide abrir mão de todos seus relacionamentos em "Na Natureza Selvagem" (Foto: Divulgação/Netflix)

Na Natureza Selvagem não é uma apologia à fuga ou ao isolamento. A jornada mostra que escolhas radicais, ainda que sinceras, trazem contrapartidas inevitáveis. E que, muitas vezes, a busca por um sentido profundo vale mais do que o destino. 

Espera, exigência física e trilha 

Reconhecido por papeis marcantes em filmes como Picardias Estudantis e 21 Gramas, Sean Penn teve de esperar quase dez anos para obter a autorização da família McCandless para realizar o filme. Adaptação para o cinema que respeita a trajetória do protagonista, sem apelos sensacionalistas. Uma obra que consegue transmitir o apelo da aventura e as contradições do jovem aventureiro. 

O ator Emile Hirsch, escaladado para viver Chris, teve de enfrentar condições extremas nas locações em meio à natureza e passou por uma transformação física. Perdeu peso gradualmente, espelhando na tela o desgaste do corpo de McCandless conforme a solidão e a luta pela sobrevivência se acentuavam dentro da floresta. 

Outro dos pontos altos de Na Natureza Selvagem é a trilha sonora. Compostas em grande parte por Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, as canções tiveram papel decisivo na recepção do filme por público e crítica. Simples e poéticas, elas reforçam o espírito de busca e isolamento do protagonista. 

  • Na Natureza Selvagem
  • 2008 
  • 148 minutos
  • Indicado para maiores de 12 anos 
  • Disponível na Netflix

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