Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Pamela Anderson

Musa dos anos 90 redefine carreira em retrato dos bastidores de Las Vegas

Pela atuação em "A Última Showgirl", Pamela Anderson foi indicada a prêmios
Pela atuação em "A Última Showgirl", Pamela Anderson foi indicada ao Globo de Ouro (Foto: EFE)

Ouça este conteúdo

Em A Última Showgirl, a diretora Gia Coppola constrói um drama centrado na figura de Shelly, uma dançarina veterana de Las Vegas que se vê obrigada a recomeçar aos 57 anos, após o fechamento do espetáculo no qual brilhou por décadas. Com 89 minutos de duração, o longa-metragem acompanha todo o lento e solitário processo de redescoberta da personagem vivida pela atriz Pamela Anderson.  

Imortalizada nos anos 1990 como o rosto (e o corpo) de S.O.S. Malibu, símbolo sexual absoluto da cultura pop daquela década, a canadense estreia em seu primeiro papel dramático no cinema. Como Shelly, Anderson interpreta não apenas uma mulher esquecida pela indústria, mas também uma artista que busca se redefinir e entender seu novo lugar no mundo. Aos 58 anos, a atriz rompe com os estigmas que a acompanharam por décadas e emerge como intérprete madura e vulnerável. 

A performance rendeu indicações importantes na temporada de premiações de 2025. Pamela Anderson foi lembrada como Melhor Atriz no Globo de Ouro e no SAG Awards, além de figurar em listas prévias ao Oscar, embora não tenha sido nomeada pela Academia. A ausência, no entanto, não ofuscou o impacto de seu desempenho, que foi amplamente elogiado por críticos e cineastas, consolidando um novo momento na carreira da canadense. 

O roteiro de Kate Gersten apresenta uma Shelly desajustada diante de uma sociedade que mudou. A estética do show business atual já não comporta mulheres como ela — nem em seus palcos, nem em suas narrativas. Isolada, afastada da filha adulta com quem mantém uma relação truncada, a personagem tenta manter alguma dignidade enquanto revê as escolhas que fez e o que sobrou de seus dias de glória.  

Pamela AndersonPamela Anderson encarna a dançarina Shelly em A Última Showgirl (Foto: Divulgação/Warner)

Diversos momentos evocam memórias, saudade e vergonha. A câmera acompanha Shelly em audições constrangedoras. Em uma das cenas mais simbólicas do longa, ela encara o palco vazio onde se apresentou por 30 anos. 

Há cenas de nudez, mas que reconstituem os bastidores do universo burlesco em que a personagem trabalhou. Nada de exposição ou erotização gratuita. São cenas que reforçam a crítica ao olhar que a sociedade impõe às mulheres que envelhecem sob julgamento constante. 

Pamela Anderson e Mickey Rourke

A jornada de Shelly encontra paralelo direto em O Lutador, de Darren Aronofsky, protagonizado por Mickey Rourke. No filme lançado em 2008, o ator interpreta um ex-lutador profissional em declínio, vivendo à margem da fama e do afeto.  

Como Pamela Anderson, Rourke havia sido ofuscado por sua imagem pública e encontrou, naquele papel, uma forma de reinvenção artística. Assim como O Lutador foi um marco no retorno de Rourke ao prestígio da crítica, A Última Showgirl representa para Anderson um ponto de virada, uma redenção profissional e simbólica. 

Para além de uma crônica sobre Las Vegas, este é um filme sobre perda, mas, acima de tudo, sobre a possibilidade de recomeçar. E sobre o valor de ser reconhecida, não pela imagem projetada ao longo dos anos, mas pela verdade que se revela após a fama construída no showbiz.

  • A Última Showgirl
  • 2025
  • 89 minutos
  • Indicado para maiores de 14 anos
  • Disponível para locação na Amazon, Apple TV+ e Claro Video

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.