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Quatro anos se passaram desde que quatro cientistas adquiriram superpoderes após uma missão espacial fracassada: Reed Richards (Sr. Fantástico), sua esposa Sue Storm (a Mulher Invisível), seu cunhado Johnny Storm (o Tocha Humana) e seu amigo Ben Grimm (o Coisa). Hoje, essa família peculiar vive uma vida pacífica em uma Nova York retrô-futurista dos anos 1960, sempre pronta para ir aonde quer que sua ajuda superpoderosa seja necessária. Sua calma, no entanto, é abalada com o nascimento do primeiro filho de Reed e Sue... E a ameaça de Galactus, um deus cósmico que o reivindica em troca de não destruir a Terra.
Havia grandes expectativas sobre como o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) finalmente adaptaria sua primeira família, após vários atrasos e mudanças de direção. O resultado, embora não seja extraordinário, é notável. Com um estilo claramente de história em quadrinhos e cheio de cores, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, já em cartaz nos cinemas, não é um filme fantástico da Marvel, mas é muito bom.
A direção de Matt Shakman – também à frente do que muitos consideram a melhor série da empresa, WandaVision – proporciona um ritmo acelerado que ganha intensidade à medida que avança. O roteiro, descomplicado, retrata com eficácia os quatro protagonistas, que dividem os holofotes no estilo de Os Vingadores ou dos recentes Thunderbolts*. Para isso, contam com a colaboração dos atores Pedro Pascal e Vanessa Kirby, que lideram o elenco com habilidade e carisma.
Estética retrô-futurista
Como em outros filmes do MCU, o humor está presente novamente, mas aqui ele brilha particularmente graças ao charme do universo dos anos 1960 em que tudo se passa. A estética retrô-futurista primorosamente recriada dá origem a momentos visuais altamente imaginativos. Soma-se a isso a esplêndida trilha sonora de Michael Giacchino, inevitavelmente reminiscente daquela que ele compôs para Os Incríveis, que é explicitamente homenageada em mais de uma ocasião (como nas aparições do Homem-Toupeira).
Embora não traga nada essencialmente novo ao gênero – poderes extraordinários combinados com dilemas humanos, como família, maternidade, amizade ou lealdade – o que Quarteto Fantástico: Primeiros Passos entrega é feito com graça e ternura. E isso não é pouca coisa.

O ponto fraco, sem dúvida, está no vilão. Galactus impõe-se com sua ameaça, mas carece de nuances. É difícil saber se o breve papel que John Malkovich deveria interpretar teria melhorado tudo, mas a verdade é que o que está ali soa muito clichê.
Em última análise, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos não inaugura uma nova era para a Marvel, mas pode representar, como o subtítulo sugere, um primeiro passo em direção à próxima grande era do estúdio: a chamada “Saga do Multiverso”. E o faz com um retorno luminoso, familiar e cheio de estilo.
© 2025 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
- Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
- 2025
- 115 minutos
- Indicado para maiores de 12 anos
- Em cartaz nos cinemas





