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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou que assumirá pessoalmente o comando da cerimônia dos Kennedy Center Honors, em Washington. Sob o slogan de um evento "não-woke", a ideia de Trump é que a premiação, que homenageia figuras importantes da cultura americana, se torne profundamente arraigada aos valores conservadores. O anúncio foi feito na última quarta-feira, dia 13, e a cerimônia está marcada para dezembro.
Desde fevereiro deste ano, Trump implementou uma reforma no John F. Kennedy Center for the Performing Arts. O presidente removeu o conselho original, nomeado por gestões anteriores, e o substituiu por aliados. Richard Grenell, ex-embaixador de Trump, passou a exercer o cargo de diretor executivo interino. Diversos artistas e instituições se retiraram em protesto.
O presidente também declarou ter participado ativamente da seleção dos indicados. Trump ressaltou que rejeitou vários nomes considerados excessivamente liberais ou woke. Ao mencionar as escolhas finais, os artistas George Strait, Michael Crawford, Sylvester Stallone, Gloria Gaynor e o conjunto KISS, Trump buscou celebrar figuras que, na visão dele, representam uma América unida pela nostalgia, pela excelência cultural e pela superação individual.
Os nomes escolhidos refletem aquilo que muitos conservadores valorizam: Gloria Gaynor, cantora da era disco que se tornou símbolo de resiliência com a música I Will Survive. Strait, um astro country com profunda atuação filantrópica. Stallone, ator ícone do cinema de ação. Crawford, figura aclamada no universo do teatro. E a banda de rock teatral KISS, campeã de vendas e representante da cultura mainstream.

Além disso, Trump enfatizou sua disposição em revitalizar o próprio espaço físico dos Honors, prometendo renovar o Kennedy Center com investimento superior a US$ 200 milhões. A ideia é reformar assentos, colunas e infraestrutura para elevá-lo a um “nível de luxo, glamour e entretenimento” .
A aparição de Trump no palco dos Honors tem também um claro propósito simbólico: reposicionar a cerimônia como um evento grandioso, autêntico e em defesa de valores civilizatórios tradicionais, afastando-se do que o presidente considera excessivamente ideologizado. Ao assumir o papel de anfitrião, o objetivo de Trump é resgatar sua aura de showman, reforçando o discurso de restauração da cultura americana clássica.
Críticos reagiram com veemência. A apresentadora Ana Navarro, do programa The View, chegou a pedir publicamente que Gloria Gaynor rejeitasse a homenagem, afirmando que o envolvimento de Trump prejudica a reputação da honraria e a trajetória de Gaynor, especialmente como ícone da comunidade LGBTQ+.
No entanto, para muitos conservadores, a ação do presidente marca a recuperação de um espaço nacional de prestígio, livre das agendas ativistas. Eles veem a escolha de artistas como símbolos de perseverança, patriotismo e talento.
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