Prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), em evento da Frente Nacional dos Prefeitos
Prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), em evento da Frente Nacional dos Prefeitos| Foto: Paulo Negreiros/ FNP

Membro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), pediu recursos do governo federal para evitar que o transporte público de grandes cidades entre em “colapso”. “No mundo inteiro, de Pequim a Berlim, de São Paulo a Bombaim, existe o subsídio do governo central ao transporte público. Os Estados Unidos e a Inglaterra também aportaram recursos no transporte público neste ano. É um efeito atenuador da pandemia e provocador da retomada econômica”, disse Greca na Câmara dos Deputados, durante evento de mobilização dos administradores municipais.

De acordo com Greca, sem subsídios federais a manutenção do sistema de transporte público pode ficar inviável em cidades como Curitiba. “Em Curitiba o transporte custa R$ 4,50 e é totalmente integrado a nove cidades vizinhas. A tarifa técnica [o custo real da passagem], que no começo da pandemia era de R$ 5,65, este mês já é de R$ 7,15. Não é possível colocar o transporte com uma passagem custando R$ 7. É inaceitável. Não suportaremos mais um ano e não podemos aumentar a passagem a custo real”, disse.

De acordo com a prefeitura, a capital chegou a registrar queda de 80% no número de passageiros durante a pandemia. A recuperação no número de passageiros transportados está ocorrendo, mas de forma lenta, diz a gestão municipal. Para manter o sistema, prefeitura e governo do estado mantiveram um regime emergencial de custeio do transporte, que deve chegar ao fim em fevereiro de 2022. À Gazeta do Povo, o presidente da Urbs, Ogeny Maia Neto, já adiantou que deve haver aumento no preço da tarifa.

Para Greca, o cenário piora com a atual realidade de preços elevados do petróleo e inflação alta. “Caminhamos para um quadro sombrio. Talvez algo parecido com 2013, quando houve a reivindicação ‘não é apenas vinte centavos’, em que o país inteiro viveu uma convulsão social, amenizada apenas com a desoneração do PIS/Cofins, que aconteceu também agora durante a pandemia por apenas três meses”, apontou.