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vigilância sanitária

Carne servida a crianças por ONG estava vencida e tinha cheiro forte

Maior parte dos alimentos servidos por instituição no bairro Cajuru estava vencida há mais de um ano

Entre os produtos apreendidos pela Polícia Civil na ONG estavam carnes e linguiças. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Entre os produtos apreendidos pela Polícia Civil na ONG estavam carnes e linguiças. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Boa parte dos alimentos apreendidos pela Polícia Civil e Vigilância Civil terça-feira (27) em um organização não-governamental (ONG) que servia comida para crianças carentes estava vencida há pelo menos um ano. É o que aponta investigação do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que também confirmou que mais da metade do estoque de comida da ONG no bairro Cajuru estava com o prazo de validade vencido, incluindo carnes e linguiça. “A carne tinha um cheiro muito forte. Foi uma situação que nos chamou a atenção e até revoltou por oferecer risco às crianças”, afirma o delegado Rodrigo Brown, responsável pela investigação. Também estavam vencidos arroz, feijão, biscoitos, pães, farinha, achocolatados e leite em pó.

A coordenadora da ONG foi indiciada por fornecer alimento impróprio para o consumo e por maus tratos de menores, podendo ser condenada por seis anos de prisão. Já no âmbito administrativo, a Vigilância Sanitária vai instaurar processo administrativo contra a instituição. A penalidade pode chegar a multa de R$ 7 mil.

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A denúncia foi feita pela mãe de uma das crianças atendidas pela ONG, que alegou que o filho chegou a passar mal após se alimentar com a comida fornecida. Na inspeção da Vigilância Sanitária, funcionários preparavam para as crianaçs refeições com os alimentos vencidos. Apesar do flagrante, a ONG não foi interditada por apresentar condições físicas e higiênicas aceitáveis.

Brown declarou que o fechamento do estabelecimento teria um dano social muito grande na região, já que a ONG atende 60 crianças carentes por dia. “Mais da metade da dispensa da instituição se encontrava imprópria para o consumo. Foi uma situação que nos chamou a atenção pela gravidade social”, revelou o delegado do Cope.

As investigações continuam para saber qual a procedência dos produtos vencidos. A suspeita, segundo Brown, é de que uma parte dos alimentos eram comprados pela responsável da instituição e outra era recebida via doações. Apesar de a ONg ter 47 unidades em todo o Brasil, o delegado diz que foi uma situação isolada e que o trabalho da instituição deve continuar. “Acreditamos que tenha sido um problema pontual da administração da filial de Curitiba e que não prejudique o trabalho social que é feito”, finalizou Brown.

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