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Sanitização no Palácio 29 de Março, prédio principal da prefeitura.
Sanitização no Palácio 29 de Março, prédio principal da prefeitura.| Foto: Daniel Castellano/SMCS

Ao longo do mês de maio, Curitiba teve uma escalada no número de casos ativos de Covid-19, que são as pessoas que estão doentes no momento – internadas ou em isolamento domiciliar, ainda na fase de transmissão do coronavírus. Mesmo assim, a cidade não voltou a atingir o pico registrado em meados de abril. Pelos dados deste sábado (30), do total de 1.109 casos confirmados pelo poder público, 854 já se recuperaram e 46 morreram; portanto, 209 estão com o vírus ativo. Em 16 de abril, quando havia apenas 385 casos confirmados, 252 pessoas estavam com o vírus ativo. O número de infectados ativos é a diferença entre o total de confirmados e o número de recuperados somados aos óbitos.

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Os pacientes são considerados recuperados após testarem positivo para a Covid-19 e não apresentarem mais sintomas após 14 dias do início deles. Após esse período, não há mais transmissão de vírus. O número de casos ativos não é divulgado nos boletins da prefeitura de Curitiba, mas é utilizado por outros municípios, como Florianópolis, e pode ser uma ferramenta mais transparente agora que o exame é mais disseminado – mesmo assim, o problema da subnotificação persiste, já que apenas uma testagem em massa apresentaria o número real.

Ao computar mais testes, o total de casos confirmados de Curitiba vai aumentar de forma consistente, mas não indica, necessariamente, uma piora na situação epidemiológica. Isso porque os testes rápidos, realizados em farmácia e em alguns laboratórios particulares, revelam a presença de anticorpos contra a doença, e normalmente são detectados vários dias após a infecção.

Na quinta-feira (28), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) computou o acréscimo de 94 casos positivos oriundos de testes de farmácia nas duas semanas anteriores. “Eles representam a presença do anticorpo IgG, que é aquele anticorpo de uma imunidade adquirida já há mais de 14 dias. Portanto esses pacientes confirmados também já foram incluídos dentre os pacientes recuperados, porque não precisavam mais de isolamento”, afirmou a médica infectologista do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Marion Burger, durante a transmissão do boletim diário no dia 29.

Depois do pico registrado em 16 de abril, o número de infectados em Curitiba foi caindo gradativamente. A data coincide com a obrigatoriedade do uso de máscaras em todos os locais públicos e de uso coletivo na capital paranaense. Em 1.º de maio, do total de 614 casos de Covid-19, apenas 128 estavam com o vírus ativo, em situação de transmissão aos outros. Mas esse número voltou a subir aos poucos, até atingir 238 casos ativos em 28 de maio, quando foram acrescidos os laudos de testes rápidos de farmácia. Com menos laudos computados no dia 29 e no dia 20, recuperação de pacientes e 4 óbitos, o saldo de casos ativos foi a 213.

Os testes laboratoriais também detectam o anticorpo IgM, que representa uma infecção mais recente e pode ainda estar ativa. Na quinta-feira, Marion explicou que os testes que derem positivo para o anticorpo IgM serão considerados ainda casos em investigação, porque muitas vezes são inconclusivos, afirmou. “Se há um teste positivo IgM isoladamente de uma pessoa que não teve sintomas pelo novo coronavírus e não teve contato com ninguém confirmado laboratorialmente, pode ser um falso positivo. Pelo fato de seguidamente computarmos casos assim, deixamos o paciente em investigação, até ter mais dados, monitorando”, relatou.

Mortes

Mesmo tendo casos sob controle, Curitiba vem sentido o impacto do coronavírus: houve um recorde de dez mortes confirmadas por coronavírus na última semana – a data da confirmação não coincide com a data do óbito, e nem todos esses dez ocorreram na última semana. Há um total de 46 óbitos em 81 dias, desde o primeiro caso confirmado da doença na capital paranaense. Outras sete mortes estão em investigação para confirmar se houve infecção pela Covid-19; 265 óbitos já foram descartados.

Internamentos

Outro dado importante na vigilância contra a Covid-19 é a utilização da estrutura hospitalar da cidade. Na sexta-feira, a ocupação dos 227 leitos de UTI de Curitiba exclusivos para pacientes com Covid-19 estava em 49%. Mas há mais pessoas internadas, cuja situação ainda precisa ser investigada. Conforme detalhado por Marion Burger na sexta-feira, diariamente a secretaria registra em torno de 35 internamentos, dos quais em torno de 75% têm dado negativo para a Covid-19; de 13% a 15% positivos e o restante permanecem em investigação.

Segundo o boletim epidemiológico de sábado, havia 106 pacientes com coronavírus internados em hospitais públicos e privados de Curitiba, dos quais 51 em UTI; 8 destes usavam ventilação mecânica.

A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, reforçou que a maioria dos pacientes internados são pessoas com 60 anos ou mais, e que por isso essa faixa etária precisa ter cuidado redobrado com a transmissão do coronavírus. Os óbitos também se concentram nessa população: 82% do total. Entre os fatores de risco, em primeiro lugar aparecem doenças cardiovasculares, presentes em 60% dos casos que resultaram em óbito, seguido de diabetes (29%), doença neurológica (20%) e doença renal crônica (20%) – cada morte pode ter mais de um fator de risco associado.

Prevenção

A secretária tem reiterado a necessidade de usar máscaras, lavar frequentemente as mãos, manter o distanciamento social e arejar os ambientes. “O uso da máscara tem se mostrado efetivo para evitar o contágio do novo coronavírus e de outras doenças, como o sarampo”, afirmou. Ela destacou que o vírus se espalhou por todos os bairros de Curitiba.

Confira a evolução dos casos de coronavírus no Paraná.

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