Com fim do carnaval, turistas se despedem das praias do PR; comércio lamenta baixo movimento

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O clima nas praias do Paraná na tarde desta terça-feira (5) era de saudades para a maioria dos turistas. Além de ser o último dia de carnaval, a data representa simbolicamente o fim da temporada e indica para muitos veranistas que a hora de voltar para casa está chegando e não há mais feriados durante a estação mais quente para voltar para a beira mar em 2019.

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A Operação Verão, programada pelo Governo do Paraná, no entanto, termina oficialmente no próximo domingo (10). Desta vez, serão 80 dias de operação - uma temporada bastante longa, mas que para alguns, poderia ser ainda maior.

Veja fotos do último dia de temporada no Litoral do PR

“A minha vontade é de ficar na praia até o fim do ano”, diz a representante comercial curitibana Flávia Legate Taques, de 43 anos, que para sua tristeza volta a trabalhar nesta quinta-feira (7) depois de muitos dias curtindo o feriadão. Apesar de não ter ficado pelo Litoral desde o fim do ano passado, Flávia faz parte do time de turistas que voltou várias vezes ao longo do verão. Para ela, esta temporada vai ficar marcada pela grande quantidade de dias com altas temperaturas. “O tempo colaborou, foram muitos dias de sol, inclusive nas datas importantes como Natal e Ano Novo”, analisa a representante.

Marido de Flávia, o gerente Anderson Sabbag, de 43 anos, acredita que o fato de a temporada terminar só em março foi outro ponto marcante. “Foi bom porque deu pra ir pra casa, trabalhar, e ainda voltar pro litoral e pegar a praia cheia”, diz Anderson, emendando acreditar que, contrariando o ditado, desta vez o ano começou antes do Carnaval.

Comércio decepcionado

Para o comércio de praia, porém, ao contrário do que se esperava, o verão alongado não significou melhora nas vendas. “A gente achou que seria melhor, mas na verdade piorou porque o pessoal foi pra casa no meio de tudo”, explica a vendedora ambulante de bebidas Vera Lucia Marques, que trabalha na praia Brava de Caiobá.

Foi exatamente esse o caso do empresário Octávio Rogério Jugnton, de 54 anos, que depois de passar janeiro inteiro em Matinhos, teve de voltar ao trabalho em fevereiro: “Mas eu tenho apartamento aqui, então pra mim é mais fácil voltar. Só por isso que vim para o Carnaval também”.

Além da facilidade do imóvel na praia, Octávio é seu próprio chefe - o que significa que está entre os poucos que podem prorrogar um pouco mais o verão. Justamente por isso, vai embora somente na próxima segunda-feira (11), e explica que só não fica mais porque o verão não tem graça sem o público. “É muito bom quando praia está cheia. Isso traz ambulantes, banheiros químicos, chuveiros e limpeza. A estrutura de toda a cidade melhora”, considera.

E além dos turistas, quem está dando adeus à temporada com tristeza são os próprios ambulantes. Apesar do cansaço acumulado pelos quase três meses andando sob o sol, alguns desses trabalhadores tiram do verão a fonte de renda para todo o ano. Moradora de Matinhos, Idasir Pontes Ribeiro de 61 anos, por exemplo, espera a chegada dos turistas para poder trocar seus sapatos velhos. “É só com o dinheiro da venda de coco, bebidas e pamonha que dá pra comprar um par de calçados novos”, explica a senhora, que este ano acredita que conseguirá trocar também o sofá de sua casa com os ganhos da temporada.

De qualquer forma, seja vendendo ou aproveitando, para quem irá se despedir da praia entre esta terça (5) e quarta-feira (6), o jeito é ficar até os últimos instantes. “Eu tenho que estar no meu trabalho na quarta 15h, mas até 11h vou ficar na praia. É muito difícil por um fim no verão assim”, diz a auxiliar hospitalar Silvia Mara Costa, que promete voltar ao Litoral do Paraná na próxima temporada.