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Equipe da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB) pinta fachada na Rua XV de Novembro | Antoniele Luciano/Gazeta do Povo
Equipe da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB) pinta fachada na Rua XV de Novembro| Foto: Antoniele Luciano/Gazeta do Povo

O domingo (16) começou em Curitiba com uma ação de despiche de fachadas e portas de estabelecimentos da Rua XV de Novembro, no Centro da cidade. Encabeçada pela Associação Comercial do Paraná (ACP), a ação faz parte da campanha “Pichação é crime. Denuncie”, lançada pela entidade há quatros, em parceria com a prefeitura de Curitiba e a Polícia Militar. Vinte e dois pontos na região devem ganhar pintura nova ao longo do dia. Em alguns casos, além de tinta, será preciso usar removedores químicos para preservar mármores e outras superfícies especiais.

GALERIA: Veja imagens da ação de despiche no Centro de Curitiba

A ACP estima que a capital tenha cerca de cinco mil pichadores em atividade, distribuídos entre gangues. Esse cenário fez a associação travar uma queda de braço com quem é adepto do spray aerossol para marcar muros, prédios e até mesmo o asfalto nos centros urbanos. Nem mesmo a ronda particular contratada pela entidade, que circula diariamente das 22h às 6h, tem evitado novas pichações.

Neste domingo, por exemplo, enquanto uma equipe limpava uma fachada na XV de Novembro, três jovens pichavam uma porta, do outro lado da via. Eram 9 horas da manhã. Não havia guardas municipais nas redondezas e quem trabalhava na remoção dos piches, funcionários da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB), preferiu não entrar em conflito com os pichadores, por medo de represálias. O estabelecimento em questão já teve a porta pintada pela ACP quatro vezes em um mês.

“Nossa ronda tem estado todas as madrugadas nas ruas, mas percebemos que os pichadores têm aproveitado para usar outros horários para agir. A população precisa se indignar com isso”, diz o vice-presidente da ACP, Camilo Turmina.

Efeito nas vendas

Segundo Turmina, a pichação tem efeito no desempenho do comércio, já que teria o poder de espantar clientes e depreciar uma região. Um exemplo, cita, é a Rua São Francisco. “É um caos. A rua foi tomada por pichação, fica deteriorada, propensa ao crime. Eu não abriria uma joalheria ali. Por isso, o lojista tem tanta responsabilidade nessa queda de braços quanto nós, que somos voluntários nessa causa”, salienta.

O empresário observa que uma alternativa em estudo para conter a ação dos pichadores é grafitar as fachadas. Isso porque um suposto código de ética entre pichadores os proibiria de pichar a arte de grafiteiros. “O grafite é uma obra artística, autorizada pelo proprietário e encomendada. É diferente da pichação, desorganizada e com uma comunicação que não sabemos o que quer dizer”, explica.

A lojista Emília Simões Kowalski, que atua há 20 anos na Rua XV de Novembro, concorda com a mobilização de despiche, incluindo esse novo plano. “Vai ser uma opção boa. O lojista poderá encomendar grafites com motivos de Curitiba, do Paraná ou de pessoas que foram influentes na nossa cultura”, diz.

Denúncia

A população pode denunciar pichações através do telefone 153. A multa para quem for flagrado cometendo a prática em Curitiba é de R$ 1.993,96. Além disso, o estabelecimento que vender spray para menores paga multa de R$ 4.984,91 e R$ 9.969,81 na reincidência. Na terceira punição, o alvará comercial é cassado, de acordo com o Decreto 1429/2014.

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