
Está prevista para janeiro a instalação de uma grade para evitar a ação de fura-catracas nas estações tubo do transporte coletivo. A experiência será feita na estação tubo Passeio Público, a mais “furada” de acordo com pesquisa divulgada na manhã desta sexta-feira (21) pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp). A proteção será instalada pela empresa Transporte Coletivo Glória, cujo projeto já foi aprovado pela Urbs.
“Vamos fazer esse teste no início do ano que vem. Se der certo, a ideia é expandir a instalação desses anteparos para o sistema. É uma forma de protegermos o passageiro que paga a tarifa e que vê o valor subir por conta daqueles que se acham no direito de invadir o ônibus”, disse o diretor executivo da Setransp, Luiz Alberto Lenz César.
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Esta é mais uma tentativa de combater a ação de fura-catracas, que gera um prejuízo milionário ao ano para o sistema municipal. Em agosto deste ano, a Urbs informou que testaria barreiras laterais nas estações-tubo e sensores nas portas dos ônibus.
De acordo com a pesquisa feita pelo Setransp, os invasores de ônibus têm mudado de endereço e também de perfil: eles “migraram” das estações centrais para outras, mais periféricas, e se antes eram, em sua maioria, membros de gangues ou torcidas organizadas, agora estudantes e “passageiros comuns” também têm furado catracas.
O estudo mostra ainda que o número de invasões a estações tubo em Curitiba aumentou cerca 1,8% em comparação com os resultados de março de 2018. Para Cézar, o crime têm sido praticado com frequência em razão da facilidade de invadir os ônibus, somada à falta de fiscalização e punição eficientes. “Temos alertado constantemente sobre a nossa preocupação de que isso vire uma cultura. De que essa prática de dissemine. Quem não paga passagem contribui para encarecer a tarifa dos demais”, disse.
Em reais, o total do rombo provocado pela ação dos fura-catracas no município bateu a marca dos R$ 6 milhões esse ano. Valores que poderiam ser revertidos em melhorias à estrutura do transporte coletivo da capital. “Com isso, Curitiba deixa de ganhar 5 biarticulados ou 16 ônibus de linha”, lamentou diretor da entidade.
A mais ‘furada”
A estação-tubo Passeio Público continua sendo a mais invadida, mas o número de invasões diminuiu: em março foram registradas 2.544 por dia, enquanto em novembro, foram 1.462. Também estão entre as mais “furadas” a estação UTFPR e a Cel. Luiz dos Santos. Por dia, segundo a Setransp, o número de invasões chega a 2.600, distribuídas por todas as 294 estações tubo da cidade.
De modo geral, desde o mês de março, os pontos mais visados pelos fura-catracas foram 19% menos invadidos nos últimos meses. “Houve um trabalho eficiente da Guarda Municipal e da Polícia Militar, em conjunto com as empresas, nas dez estações-tubo mais invadidas. Observamos porém, que esse tipo de crime migrou e passou a ser feito em outras estações-tubo”, explicou.



