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Governador de São Paulo
 João Dória ligou para o prefeito de Curitiba Rafael Greca para agradecer a compra da Coronavac.
Governador de São Paulo João Dória ligou para o prefeito de Curitiba Rafael Greca para agradecer a compra da Coronavac.| Foto: Reprodução Facebook João Dória

A prefeitura de Curitiba avalia se fará um plano próprio de vacinação para aplicar as doses de Coronavac, a vacina chinesa da Covid-19 adquirida do Instituto Butantan de São Paulo. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aguarda orientações do Ministério da Saúde para avaliar a possibilidade de aplicar as doses adquiridas pelo município junto com as vacinas que serão enviadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), que coordena as campanhas de vacinação de todas as doenças no Brasil.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ligou na noite de quarta-feira (17) para agradecer o prefeito da capital paranaense, Rafael Greca (DEM), pela aquisição na semana passada das doses de Coronavac. “Você foi um dos primeiros a fazer opção pela vacina do Butantan para vacinar os profissionais de saúde de Curitiba, os nossos heróis de todo o Brasil”, disse Doria a Greca na ligação.

Pelo acordo, a prefeitura vai investir R$ 4 milhões na Coronavac, cuja dose custa 10 dólares – cerca de R$ 52. Ou seja, o município deve adquirir aproximadamente 76,8 mil doses. Como é necessária a aplicação de duas doses por pessoa, Curitiba deve imunizar aproximadamente 38,4 mil pessoas com o lote comprado do Butantan.

Em nota, a SMS afirma que a definição do cronograma de vacinação da Covid-19 em Curitiba depende do PNI. Mas, independentemente das ações do Ministério da Saúde, a secretaria reforça que tem capacidade operacional para realizar por conta própria vacinação em massa na cidade, com rede física, equipamentos e insumos.

“Precisamos de algumas definições, obviamente. Vamos acompanhar o que o Ministério da Saúde nos orienta, mas não vamos deixar de fazer os movimentos que forem possíveis para proteger a população curitibana”, declarou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, em entrevista à Rádio Band News.

Em São Paulo, o governo mantém a data de 25 de janeiro para iniciar o plano estadual de vacinação com a Coronavac. Entretanto, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o governo Doria estaria disposto a ajustar o plano estadual à estratégia nacional de vacinação. “Em caso de definição do plano nacional, São Paulo seguirá as orientações para estratégias de vacinação, o que inclui a definição não só dos grupos prioritários, como de faseamento”, afirma nota da Secretaria dae Saúde de São Paulo encaminhada ao jornal.

Governador do Paraná critica corrida por vacinas da Covid-19

A busca de municípios e estados pela vacina da Covid-19 fora do PNI vem sendo criticada pelo governo do Paraná. O governador Carlos Ratinho Massa Jr (PSD) afirmou que essa busca não pode ganhar contornos políticos. No Paraná, além de Curitiba, ao menos as cidades de Maringá e Ponta Grossa também fecharam acordo com o governo de São Paulo para aquisição da Coronavac.

Em artigo publicado na Gazeta do Povo, o secretário estadual da Saúde do Paraná, Beto Preto, disse que a busca pela vacina por estados e municípios está “ganhando contornos de esquizofrenia”. "Essa corrida em busca de pactuação pela vacina com laboratórios diferentes por prefeitos e governadores sinaliza uma clara opção pela intenção de fragilizar o PNI, não necessariamente a garantia de atendimentos para todos", critica o secretário da Saúde no texto.

A decisão do governo do Paraná de ter o plano do Ministério da Saúde como principal aposta na vacinação da Covid-19 vem gerando críticas de entidades como a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) e do Sindicado dos Médicos do Paraná (Simepar), além de políticos da própria base do governo na Assembleia Legislativa. Apesar das críticas à corrida pela vacina, o governo do estado afirma estar disposto a adquirir vacina de qualquer laboratório que tenha autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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