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Três suspeitos foram apresentados pela polícia na manhã deste domingo (30). | Lineu Filho/Tribuna
Três suspeitos foram apresentados pela polícia na manhã deste domingo (30).| Foto: Lineu Filho/Tribuna

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná acredita ter desvendado as circunstâncias da morte de Fabrizzio Machado da Silva, presidente de uma associação de combate a fraudes em combustíveis, assassinado em 23 de março. Durante coletiva de coletiva de imprensa na manhã deste domingo (30), foram apresentados três presos, acusados de serem os responsáveis pela execução do fiscal. A Polícia vê relação direta entre a morte e a Operação Pane Seca, que investiga denúncias de que o sistema de regulagem de bombas de combustível era adulterado em postos de Curitiba e região metropolitana.

Entre os presos está o empresário Onildo Chaves de Cordova II, de 36 anos, dono de quatro postos, que chegou a ser detido em março e é acusado de ser o mandante do crime. Ele negou qualquer participação no caso. Ex-vereador em Mandirituba, o empresário disse que é inocente e que não há prova alguma, ao longo da vida, que o desabone. “Nem multa de trânsito”, disse. Ele alegou que seus advogados não tiveram acesso à investigação para que possa se defender. Onildo ainda afirmou que não há qualquer irregularidade nos postos que administra.

A Polícia disse ter convicção de que o crime foi solucionado. A investigação diz ter provas de contatos e pagamentos feitos a Patrick Leandro, de 30 anos, suspeito de ser o atirador. A perícia, a partir de triangulações de torres de celular, teria mostrado onde os suspeitos estavam no momento do crime. A polícia também disse ter provas da entrega de dinheiro a Patrick, em um dos postos de Onildo. O atirador teria recebido R$ 5 mil e drogas antes do crime e mais R$ 16 mil depois do assassinato. Ele também nega qualquer envolvimento no caso.

Segundo os policiais, ele ficou hospedado em um hotel de Fazenda Rio Grande durante cinco dias, gastando tudo o que recebeu em drogas e bebida. Ele também teria se queimado, provavelmente no momento em que ateou fogo no carro usado no crime.

O terceiro preso é Ronei Rodrigues, de 25 anos, que teria colaborado com os demais suspeitos. Denúncias teriam sido fundamentais para esclarecer o caso. Patrick, que estaria sendo monitorado pela polícia, foi preso na quinta-feira (27), ao desobedecer a ordem de parar o carro em que estava. Ele colidiu contra um ônibus, chegou a ser hospitalizado, mas foi liberado, com um ferimento na cabeça. Ronei e Onildo foram presos na sexta (28).

Entenda o caso

Fabrizzio era presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCF) e foi o responsável pela denúncia do esquema fraudulento que resultou na Operação Pane Seca, levando ao fechamento de nove postos de Curitiba e região.

Fabrízzio foi morto na noite de quinta-feira (23) no momento em que chegava em casa, no Capão da Imbuia. Imagens de câmeras de segurança mostram que o fiscal foi vítima de uma emboscada. Já em frente ao portão de casa, um carro atingiu a traseira do Honda Civic que Fabrizzio dirigia. Ele desceu para verificar o que tinha ocorrido e, então, levou três tiros. Horas antes do assassinato, Fabrizzio havia se encontrado com uma equipe do programa Fantástico, que produzia uma reportagem investigativa sobre fraudes em combustíveis. Segundo a apuração, um sistema era instalado nas bombas, alterando a quantidade de combustível colocada no tanque dos veículos durante o abastecimento.

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