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Guarda Municipal patrulha estação-tubo Osternack. | Daniel Castellano/SMCS
Guarda Municipal patrulha estação-tubo Osternack.| Foto: Daniel Castellano/SMCS

Símbolo da violência no transporte coletivo de Curitiba, junto com a linha Alferes Poli, a estação-tubo Osternack, no bairro Sítio Cercado, é patrulhado desde quarta-feira (8) por guardas municipais. Além de rondas, um módulo móvel da corporação foi instalado perto da estação para tentar frear os assaltos, arrastões e o não pagamento da passagem no ponto, conhecido como “tubo do mdo”. O reforço na segurança por parte da prefeitura acontece após reclamação de passageiros e vizinhos da estação. Só um cobrador chegou a ser assaltado mais de dez vezes na estação em 2017.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, a implantação do módulo faz parte da operação Saturno, lançada pela prefeitura em maio na intenção de evitar a criação cracolândias na cidade. A pasta disse que a chegada dos guardas deve inibir crimes e a entrada de pessoas nos coletivos sem pagar a passagem.

O módulo tem apoio de motocicletas para rondas e patrulhamento no entorno da estação-tubo. Segundo a secretaria, não há prazo para os guardas permanecerem na estação, já que a necessidade de reforço na segurança é sempre reavaliada.

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Semana passada, moradores pediram mais vigilância permanente na região. Segundo eles, as patrulhas que até então eram feitas por viaturas da Guarda Municipal e da Polícia Militar não eram suficientes para conter a ação dos criminosos.

Cobradores que trabalham na estação-tubo são alvos frequentes dos criminosos, que quando agem, não levam somente o dinheiro do caixa – mas também os pertences dos funcionários. Um cobrador, que não quis ser identificado, conta que já foi assaltado em serviço mais de 10 vezes ao longo de um ano. “Não tem dia e nem hora para acontecer, e eles levam o que conseguem. Certa vez fui ajudar um passageiro idoso a embarcar no ônibus, e quando me dirigi à guarita, um rapaz me apontou o canivete e levou minha mochila e o dinheiro em caixa”

Precaução

Por causa dos inúmeros casos de roubos e pequenos furtos nas imediações da Rua Eduardo Pinto da Rocha, a própria vizinhança começou a se precaver para evitar se tornar vítima. Moradores da região já se habituaram a sair de casa com o mínimo possível de pertences a tiracolo, como a doméstica Maria Barbosa, que utiliza o ponto todos os dias e passou a levar o mínimo possível em sua bolsa. E, à noite, a volta é feita às pressas para não se expor aos riscos da região. “Desço do tubo correndo e aperto o passo na rua. Normalmente chego no começo da noite, horário preferido dos bandidos oportunistas. O jeito é mesmo sair correndo”, contou.

Outra situação que escancara os problemas no local é o alto número de invasões à estação-tubo. De acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), o ponto aparece nas primeiras posições no ranking de fura-catracas. Segundo dados levantados pelo órgão em agosto deste ano, das 297 estações tubo de Curitiba, a do Osternack aparece em segundo lugar, com uma média de 91 fura-catracas por dia – ficando atrás somente da estação-tubo Rio Barigui, que apresenta 135 invasões diárias.

Passageiros relatam que as invasões já fazem parte da rotina e, nos horários de pico, a situação é ainda pior. “Eles nem disfarçam. Vêm em bando de cinco, seis, e invadem o tubo na maior cara de pau. Ninguém fala e nem faz nada”, contou a enfermeira Eliara Rodrigues, moradora do bairro. Somado, o valor das tarifas que deixam de ser arrecadadas com as invasões totaliza R$ 386,75 por dia – nada menos que R$ 11.602,50 por ano – segundo o Setransp.

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