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Atendimento na UPA Matriz terá mudanças a partir de 29 de março | /Hugo Harada/Gazeta do Povo
Atendimento na UPA Matriz terá mudanças a partir de 29 de março| Foto: /Hugo Harada/Gazeta do Povo

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Matriz – que funciona ao lado do Hospital de Clínicas (HC), no bairro Alto da Glória, em Curitiba – deixará de atender pacientes que procuram diretamente a unidade para serviços de urgência e emergência. O Hospital de Clínicas irá reassumir a gestão do local, que funcionária como Pronto Atendimento do próprio HC. O usuário que estiver recebendo atendimento clínico ou cirúrgico no hospital e tiver qualquer tipo de intercorrência, então, será encaminhado para a antiga UPA.

Pacientes e funcionários lamentam “fechamento” da UPA Matriz

Vivian Faria, especial para a Gazeta do Povo

A notícia de que a gestão do local onde está a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Matriz será reassumida pelos Hospital de Clínicas está sendo recebida com pesar tanto por pacientes quanto por funcionários do local.

Uma funcionária que preferiu não se identificar avaliou o “fechamento” da UPA como uma injustiça. “Quem mora no Centro precisa e não tem uma UPA num raio gigante”, disse. Segundo ela, a orientação recebida era de não comentar o assunto com os pacientes, porém, a equipe optou por avisar quem vai ao local. “Senão, sexta-feira vamos fechar a porta, o povo vai estar batendo ali e nós vamos falar o que?”, ponderou.

Os funcionários do local foram notificados sobre a “devolução” do espaço ao Hospital de Clínicas há cerca de um mês. Conforme eles, a equipe será transferida para a UPA Tatuquara, que deve ser reaberta em maio. Na UPA Matriz, as placas de identificação do local que eram vistas da rua foram retiradas no início da tarde desta terça-feira.

O empresário Elizeu Liebel foi ao local pela primeira vez na tarde desta terça-feira (25) para acompanhar uma funcionária e contou que gostou de descobrir que havia uma unidade de saúde tão próxima de sua empresa para quando precisasse, mas que ”a alegria” durou pouco. “É uma pena, né? Aqui no Centro tem muita gente que usa. Todo o pessoal que trabalha comigo não tem plano [de saúde], por exemplo, então se beneficia de um lugar assim”, afirmou.

Enquanto aguardava atendimento, a contadora Kamila Brisola disse que já tinha estado na UPA como acompanhante e que é comum as pessoas irem ali para evitar encaminhamentos para realização de exames. “Você vai para outra UPA, eles encaminham para cá. Então, as pessoas vêm direto para cá para agilizar o processo”, contou.

A mudança valerá a partir de 29 de abril, próximo sábado. Quem precisar de atendimento de urgência e emergência nessa região deverá se dirigir à UPA Boa Vista – a mais próxima da Matriz.

Vale lembrar, porém, que a única UPA na região Norte da capital já sofre com a superlotação. Na quinta-feira passada (20), uma paciente foi detida depois de agredir uma enfermeira.Segundo testemunhas, a paciente que agrediu a servidora achou que tinha sido passada para trás na fila de espera. Ela foi contida por outras pessoas e levada por agentes da Guarda Municipal para ser atendida na UPA do Pinheirinho. Depois de passar por um médico, a paciente foi encaminhada para a Polícia Civil.

As outras UPAs que estão em funcionamento em Curitiba são Boqueirão, Fazendinha, Pinheirinho, Campo Comprido, Cajuru e Sítio Cercado. Já as unidades Tatuquara e CIC estão fechadas . A promessa da prefeitura é de que serão reabertas em breve. A primeira em maio e a outra em junho.

Mudança

Os profissionais que irão atender no espaço serão contratos pelo HC, via Ebserh. A prefeitura não informou quantos pacientes são atendidos diariamente nessa UPA, e disse apenas que a maior parte da demanda é de pacientes do próprio HC.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, a mudança ocorre porque Curitiba nunca recebeu recursos do governo federal para manter a UPA Matriz, já que – de acordo com a prefeitura – nunca existiu oficialmente. “Ela nunca foi credenciada e reconhecida como UPA pelo Ministério da Saúde, o que significa dizer que o município jamais recebeu recursos para mantê-la”, informou a pasta, em nota.

Procurado pela reportagem, o HC confirmou as informações repassadas pela prefeitura e reafirmou que atenderá apenas intercorrências clínicas e cirúrgicas de pacientes da instituição.

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