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| Foto: Arquivo da família/

O uso do bom humor em meio ao massivo conteúdo estudado como preparação para vestibulares é uma tática comum entre professores de cursinhos para ativar a memória dos alunos e, ao mesmo tempo, diminuir a pressão sobre eles. Essa característica, bem como os bordões que surgem da boca de alguns professores, torna alguns deles inesquecíveis, consigam os estudantes a aprovação ou não. No caso de Luiz Roberto de Lima, professor de química da Escola SEB Dom Bosco e falecido neste mês, aos 54 anos, não foram apenas as piadas que garantiram que habitasse o coração de um batalhão de alunos mesmo anos depois da época em que dividiam a mesma sala. O respeito e o jeito humano de ensinar também foram preponderantes.

Professor do terceirão e do pré-vestibular da escola há quase 30 anos, Luiz Roberto estava afastado das lousas e gizes coloridos – que ele adorava usar – por causa de um câncer no cérebro. Com a notícia de sua morte, centenas de ex-alunos demonstraram pesar e compartilharam lembranças nas redes sociais. Entre as histórias rememoradas pelos ex-alunos, o carisma e a energia eram sempre protagonistas. Brincadeiras e apostas inocentes sobre times - Luiz era atleticano declarado e isso não escapava de suas aulas - ganhavam espaço no tablado.

O começo de sua história acadêmica se assemelha à de muitos de seus alunos: nascido em uma cidade do interior – Caçador, Santa Catarina –, veio morar em Curitiba em busca de uma vaga na universidade. Dedicado, foi aprovado e cursou Ciências Biológicas, em seguida iniciando a carreira no magistério. A partir daí, conquistou o progresso profissional por seus próprios méritos e ganhou o respeito não só dos alunos, como dos colegas professores. “Fez uma carreira sem protetores e pisou fundo na areia deixando sua marca por onde passou”, comenta o colega de Dom Bosco, o professor de física Jorge Manika.

A química o agradava como um todo, mas a parte inorgânica, que ele lecionada, era sua paixão, assim com a radioatividade, que gerava empolgação nas aulas. “Um professor bastante sério no sentido de dar todo o conteúdo programático sem atrasos. Conquistou o coração de muitos alunos em função de seu estilo próprio e do exemplo de vida que sempre deu. É um dos professores mais queridos do curso”, completa Manika.

Extravasavam na prática do ensino outras afinidades do professor, como o amor pelo rock’n’roll. Era corriqueiro que cantasse músicas de bandas que gostava em sala, como dos Rolling Stones, seus ídolos máximos do rock mundial. Também era fã da banda paranaense Blindagem, mantendo constante frequência nos shows e relação de amizade com os músicos.

Levava esse espírito roqueiro para o ensino, no sentido de manifestar pensamento crítico e capacidade de indignação com as injustiças. A pescaria era outro hobby que fascinava o professor. Gostava de viajar para pescar em locais distantes, procurando peixes grandes a bordo de um barco. Deixa a esposa, Gisele, o filho William e dois filhos do coração, Amanda e Henrique.

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