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Moradores estão começando a retornar para apartamentos, mas faixa de isolamento segue na frente do condomínio. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paranpa
Moradores estão começando a retornar para apartamentos, mas faixa de isolamento segue na frente do condomínio. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paranpa| Foto:

"É voltar à vida, mas com um misto de sentimentos”. Assim definiu Deonilde Zanatta, 64 anos, uma das moradoras do residencial Hannover, no bairro Água Verde, em Curitiba. Neste sábado (20), autorizados pela Comissão de Segurança de Edificações (Cosedi), os moradores pouco a pouco tentaram retomar a rotina e o que deixaram para atrás depois da explosão que matou um menino de 11 anos.

No dia da explosão (29/06), ela e o marido tinham acabado de sair. “Não fazia meia hora, e eu não queria sair. Meu marido que insistiu e resolvi ir. A zeladora ligou falando da explosão e a gente largou tudo, quando chegamos já encontramos o cenário”, lembra. Desde então, Deonilda ficou hospedada com o marido na casa de uma filha. A explosão ocorreu por conta um procedimento de impermeabilização no sofá de um dos apartamentos.

Alguns apartamentos já foram liberados, enquanto outros ainda estão bloqueados. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná.
Alguns apartamentos já foram liberados, enquanto outros ainda estão bloqueados. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná.

Ao ver seu apartamento de volta, Deonilda disse que ainda encontrou vestígios do que aconteceu, mesmo morando no primeiro andar. “Não imaginei que encontraria tanta coisa, sujeira, pó. Mas tudo bem. Hoje é dia de limpeza, de tocar para frente, porque foi ruim, mas poderia ter sido muito pior”.

Para o dono de um imóvel do quinto andar, que também tem o apartamento desde 2007, voltar foi necessário, mas ao mesmo tempo a situação pede revolta. “Eu sou mais frio, mas minha esposa chorou muito ao entrar. Uma tragédia que não se esquece. O que aconteceu aqui foi incúria de uma empresa, que é assassina, matou um garoto e deixou mais de 60 pessoas desabrigadas”, desabafou Nelson Gonçalves.

Apartamentos bloqueados

Segundo o síndico Agenor Zanatta, 20 dos 24 apartamentos foram liberados. “Os únicos que estão bloqueados estão no sexto andar, metade estão impedidos, mas por enquanto. Semana que vem a gente vai saber como vai estar a situação, mas aos poucos a vida vai voltando ao normal”.

O síndico contou que a luz e a água voltaram. “Só a questão do gás que estamos liberando conforme os moradores vão entrando. Temos um técnico que está junto com os moradores e vai avaliando cada situação e religando tudo. O importante é dizer que a estrutura não foi abalada”, explicou.

Atualização das vítimas

Explosão ocorreu por conta de um processo de impermeabilização de sofá. Foto: Atila Alberti / Tribuna do Paraná.
Explosão ocorreu por conta de um processo de impermeabilização de sofá. Foto: Atila Alberti / Tribuna do Paraná.| Átila Alberti / Tribuna do Paraná

Os três feridos na explosão estão em quartos e tiveram representativas melhoras. Conforme o Hospital Evangélico, além dos cuidados com os ferimentos, os três estão sendo medicados para evitar infecções.

Raquel Lamb, que foi ouvida nesta semana e disse que ligou o fogão antes da explosão, tem o estado de saúde mais delicado, mas estável e consegue respirar. Ela vai passar por um procedimento cirúrgico de enxerto na próxima segunda-feira (22).

O marido dela, Gabriel Araújo, que já estava num quarto desde os primeiros dias do ocorrido, fez a troca de curativos e pode ter alta semana que vem. Caio Santos, o aplicador que fazia a impermeabilização do sofá no momento do incêndio, está estável. Ele respira sem a ajuda de aparelho e tem previsão de alta na semana que vem.

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