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SAÚDE

Morcego é diagnosticado com vírus da raiva em Curitiba; saiba como se proteger

Animal contaminado foi capturado no início do mês, em um apartamento no bairro Ahú

Cerca de 80 morcegos já foram encaminhados em Curitiba, netse ano, para exames em laboratório | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Cerca de 80 morcegos já foram encaminhados em Curitiba, netse ano, para exames em laboratório (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Um morcego encontrado dentro de um apartamento no bairro Ahú, em Curitiba, no início de maio, foi contaminado pelo vírus da raiva. O diagnóstico foi confirmado nesta terça-feira (16), pela Unidade de Vigilância em Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo o órgão, esse é o terceiro caso em que o vírus foi identificado em morcegos na capital. As situações anteriores ocorreram em março e abril, após capturas no Atuba e Alto da Glória.

Somente neste ano, cerca de 80 morcegos já foram encaminhados para o Laboratório Central do Estado (Lacen) para exames.

De acordo com a Secretaria de Saúde, Curitiba não registra casos de raiva em humanos desde 1975. Em caninos, não são registrados casos desde 1981 e em felinos, desde 2010. Para que o quadro se mantenha assim, a secretaria alerta para cuidados que as pessoas devem ter ao se deparar com um morcego em casa ou no local de trabalho.

“O primeiro passo é ver a possibilidade de colocar um balde ou recipiente em cima do animal para isolá-lo. Se não tiver como fazer isso, o ideal é isolar o cômodo, evitando que pessoas ou animais cheguem perto”, explica o coordenador da Unidade de Vigilância em Zoonoses, Juliano Ribeiro. Depois disso, ensina ele, é preciso informar a Prefeitura sobre a situação pelo 156 para que o caso seja repassado imediatamente à Unidade de Vigilância em Zoonoses. O serviço vai entrar com moradores e enviar uma equipe ao local onde o morcego apareceu.

Alerta

Conforme Ribeiro, é importante não ceder ao impulso de tentar capturar o animal, especialmente se ele estiver em um local onde não seja possível isolá-lo com um balde. Ele salienta que esse tipo de situação pode deixar o bicho agitado e provocar algum contato entre ele e a pessoa. Isso pode ocorrer, por exemplo, através de mordidas.

Qualquer tipo de contato físico com o animal deve ser informado ao 156. A medida é importante porque, como o morcego tem o hábito de se lamber, a saliva do bicho pode ser espalhada. Se essa saliva entrar em contato com alguma lesão na pele de humanos ou outros animais, há o risco de transmissão do vírus da raiva, caso o morcego esteja contaminado.

“Se a pessoa for mordida, ela tem que lavar o ferimento com água e sabão, procurar uma unidade de saúde. O mesmo procedimento para quando é mordida por um cão desconhecido”, informa Ribeiro. Humanos que forem mordidos por um morcego deverão tomar a vacina antirrábica, assim como cachorros e gatos. Esses animais domésticos devem receber o imunizante anualmente, tendo sido expostos ao vírus ou não.

Situação comum

A captura de morcegos em centro urbanos é considerada comum, segundo Ribeiro. “Eles são animais insetívoros, ou seja, comem insetos, e são comuns em todos os centros urbanos, devido ao fato de ter uma grande quantidade de alimento - insetos atraídos pelas luzes - e também por causa de abrigos artificiais, como forro de casas, juntas de dilatação, etc.”, diz o coordenador da Unidade de Vigilância em Zoonoses.

Conforme Ribeiro, quando colônias de morcegos são encontradas em forros de casas, a situação não é preocupante. O problema é quando ele está caído no chão ou parece desorientado. “Todo morcego possui um sistema de ecolocalização. Quando esse sistema é afetado pelo vírus da raiva, o animal pode perder a capacidade de se localizar no ambiente e entrar dentro de uma casa”, explica.

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