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Onças-pintadas flagradas na Serra do Mar. | Divulgação/Instituto de Pesquisas Cananeia
Onças-pintadas flagradas na Serra do Mar.| Foto: Divulgação/Instituto de Pesquisas Cananeia

Pela primeira vez, um casal de onças-pintadas foi filmado na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, no Litoral do Paraná. O registro foi feito no mês de julho por uma armadilha digital instalada por pesquisadores na região, e colocou o Paraná entre as áreas de conservação da espécie.

De acordo com o pesquisador Roberto Fusco Costa, que coordena a equipe responsável pelo projeto, fotografar e filmar esses animais na Serra do Mar, assim como em toda a área de Mata Atlântica, é uma tarefa muito difícil. “Tanto que os últimos registros documentados que conhecemos de onças no local são de mais de 20 anos atrás com base em vestígios fecais da espécie”, informou o pós-doutorando em ecologia e conservação na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do Instituto de Pesquisas Cananeia (IPeC).

>> Vídeo mostra onças-pintadas na Serra do Mar paraense <<

A observação foi feita por uma câmera do projeto “Conservação de grandes mamíferos no Corredor da Serra do Mar”, desenvolvido pelo IPeC em parceria com o Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). Nas imagens, é possível visualizar duas onças-pintadas adultas, um macho e uma fêmea.

Segundo Costa, é possível que esses dois animais estejam em processo de acasalamento, o que poderia indicar o aparecimento de filhotes em breve. “Provavelmente ainda é uma população em baixíssima densidade, mas a boa notícia é que existem onças ali e que essa população pode aumentar”, afirma.

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Segundo ele, desde 2014 havia relatos de moradores da região sobre a presença da espécie no local e foi um desses moradores quem indicou o melhor local para a instalação da armadilha fotográfica, um ponto de difícil acesso em uma área bem remota da mata. Costa evita falar qual é o ponto exato onde os animais foram avistados por medo de incentivar a caça.

Mas ele conta que, devido aos relatos, a câmera permaneceu no local por 60 dias, tempo maior do que o previsto. “Normalmente, as câmeras ficam em cada área por um período entre 30 e 45 dias”, comenta. “Mas foi bem no final dos 60 dias que conseguimos flagrar as onças e confirmar a existência da espécie na região”, comemorou o pesquisador, que agora tem perspectiva de dar continuidade ao projeto.

Financiamento do projeto

Atualmente, o Instituto conta com 15 armadilhas fotográficas distribuídas pela Serra do Mar, mas de acordo com Costa, o ideal para acompanhar os animais seriam 50 unidades em diferentes áreas ao mesmo tempo. “Para isso, estamos buscando novas parcerias que financiem o trabalho”, adiantou.

Os primeiros dois anos e meio de pesquisa foram financiados pela Fundação Boticário e pelo Banco ABN AMRO. No entanto, o prazo acordado com a Boticário terminou e apenas a instituição bancária sinalizou que continuará apoiando a iniciativa. Por isso, novas empresas podem entrar em contato com o pesquisador para se tornarem parceiras do projeto. O telefone para contato é o 41 99117-8082 e o e-mail é fusco.costa@gmail.com.

Veja vídeo das onças-pintadas:

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