• Carregando...
Fila em frente à farmácia do governo do estado na Avenida Marechal Floriano Peixoto | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Fila em frente à farmácia do governo do estado na Avenida Marechal Floriano Peixoto| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

“Em vez de melhorar, só piora. Como pode isso?”, reclamou em voz alta o aposentado Antonio Dutra de Moraes, de 75 anos, enquanto aguardava o atendimento na Farmácia Paraná, no Centro de Curitiba, na manhã desta terça-feira (25). O idoso compartilhava da mesma indignação sustentada por pelo menos outra centena de usuários arranjados ao lado de fora da unidade, em uma grande fila que, segundo eles, só vem crescendo desde que o governo do Paraná anunciou o fechamento da farmácia que funcionava Avenida Presidente Kennedy, no bairro Portão.

Pacientes ouvidos pela reportagem comentaram que a demora por atendimento na unidade chega a três horas: cerca de uma hora na fila para retirar a senha de atendimento e outras duas até chegar ao médico ou ao balcão da farmácia.

“Sempre tem bastante gente, mas é a primeira vez que vejo assim. É que fechou a da Kennedy e agora todo mundo tira remédio aqui. Aumenta a fila e aumenta junto a reclamação do pessoal”, comentou a atendente de farmácia hospitalar Maria Lucia dos Santos, de 51 anos, que foi enfrentar a espera por atendimento depois de uma noite em claro por causa do trabalho.

Em março, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) começou a transferir os pacientes que retiravam medicamentos na farmácia especial mantida na Avenida Presidente Kennedy. A pasta justificou que a mudança foi provocada por uma reforma, mas afirmou que, mesmo após o fim das obras - daqui a dois anos - , boa parte dos pacientes terá de continuar a buscar remédios na unidade do Centro. A decisão afetou um grupo de quatro mil pacientes que, até o final de maio, será completamente absorvido pela farmácia da Marechal.

“Antes disso não era tão ruim. Eu chegava às 7 horas e saía lá por 8h15. Agora é 8 horas e eu ainda estou na fila [às 10 horas]. E que horas vou sair?”, indagou Maria Lucia.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A idosa Cristina de Andrade, de 70 anos, disse que já estava preparada para a longa espera. “Não é que lá elas atendem mal. É que demora demais a gente chegar até elas”, disse a aposentada, que teve de deixar a mãe de 96 anos trancada em casa para poder ficar mais tranquila enquanto ficava na rua.

Por volta das 8 horas desta terça, 200 pessoas já esperavam por atendimento na Farmácia do Paraná da Marechal. Funcionários do local disseram que, às 10 horas, o número poderia chegar a 500. Segundo o governo, a unidade da Marechal faz cerca de 1,2 mil atendimentos por dia.

Alternativas

Por meio de nota, a Sesa afirmou que reconhece que a demanda por medicamentos na unidade tem aumentado diariamente. Por isso, a secretaria disse que está “estudando alternativas para suprir essas demandas”.

Entre elas está a contratação de novos funcionários - um processo que pode levar mais dois meses. “Por meio do concurso da Saúde, 13 novos funcionários farão parte do quadro da Farmácia da Marechal. Eles têm 60 dias (contados desde 17 de abril) para assumir. Até agora, quatro deles já assumiram as vagas e estão em processo de treinamento”, explicou a pasta em nota.

Além disso, a secretária disse que passou a entregar tratamento para um período maior do que 30 dias, como 60 ou 90 dias. Uma terceira alternativa é uma possível expansão da descentralização da entrega dos medicamentos para os municípios da 2.ª Regional de Saúde - que atende Curitiba e outros 28 municípios da Região Metropolitana. “A estratégia também facilita para os pacientes, que não precisam se deslocar para Curitiba para buscar os medicamentos”, disse a nota.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]