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| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Curitiba começa o mês de julho somando sete mortes por gripe (influenza) na cidade – três casos a mais do que o apontado pelo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no mesmo período do ano passado. O aumento é reflexo da presença mais intensa dos vírus, que começou a circular mais cedo nesta temporada. Além das mortes, a capital já teve 104 internações de pacientes em estado grave por causa da doença.

O subtipo H3 do vírus da influenza A é o que mais está circulando em Curitiba nesta temporada. Embora seja uma classificação diferente, o tratamento é o mesmo usado para tratar uma gripe provocada pelo H1N1, por exemplo, sem necessidade de expor o paciente a um tratamento especial. “Não muda nada o tratamento. O quadro clínico é idêntico nas infecções causadas pelo vírus influenza B, pelo vírus influenza B, pelo AH1 ou pelo AH3”, afirma Marion Burger, infectologista do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde.

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Por isso, ao contrário do que ocorre em alguns atendimentos particulares, a rede pública de saúde não considera o uso dos testes rápidos de saúde para iniciar o tratamento contra a gripe. “É um diagnóstico eminentemente clínico. Tanto é que, mesmo dando negativo um teste rápido, o indicado é se o paciente apresenta o sintoma é tratar. O teste rápido não é indicado em todos esses casos porque mesmo um teste rápido negativo não exclui a iniciação de um tratamento”, afirma a infectologista.

Prevenção

A vacinação é uma das medidas preventivas para influenza, mas para evitar a gripe também é necessário lembrar constantemente das medidas preventivas: higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer, antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas, como corrimãos e maçanetas.

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Isso porque a transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar, e também por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).

Procura no SUS

Com o ciclo dos vírus da influenza em alta, aumenta a procura pelos serviços prestados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade e, consequentemente, a espera dos pacientes nestes postos também se prolonga. Há relatos de pacientes que nos últimos dias chegaram a esperar até 5 horas para serem avaliados por médicos em UPAs da cidade.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no mês passado foram feitos entre 50 a 60 mil atendimentos, quantidade que deve se repetir neste mês de julho, mas que, segundo a pasta, não chega a ser uma novidade para a época. “Não houve uma modificação desse padrão. O que acontece é que, todo o ano, a gente tem início da circulação dos vírus de influenza, dentre esses quadros respiratórios, muito mais intenso entre junho e julho”, observa Marion Burger, infectologista do Centro de Epidemiologia da SMS.

De acordo com a infectologista da pasta, o aumento na demanda faz com que as próprias unidades de saúde se organizem para dar conta do fluxo. Embora não haja aumento de pessoal específico para a situação, os administradores de cada posto passam a considerar encaixes para não deixar ninguém sem diagnóstico. “Com essa preocupação, as próprias unidades de saúde já colocam as vagas extras para tentar encaixar os pacientes que precisam do tratamento específico. Nem sempre isso é suficiente porque existe a demanda de rotina das Unidades Básicas, mas se a gente for olhar os serviços de emergência privados, eles têm a mesma situação”, pondera.

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