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Vaga Viva que virou mocó é retirada e espaço volta a ser estacionamento

Mobiliário urbano inaugurado em 2015 para ser uma minipraça havia virado espaço de consumo de drogas na Rua Riachuelo

Espaço na Rua Riachuelo onde desde 2015 era ocupado por uma Vaga Viva voltou a ser estacionamento normal. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Espaço na Rua Riachuelo onde desde 2015 era ocupado por uma Vaga Viva voltou a ser estacionamento normal. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Dois anos e um mês. Esse foi o tempo de permanência da Vaga Viva na Rua Riachuelo, em frente à Praça Generoso Marques, no Centro de Curitiba. No último sábado (25) a estrutura foi retirada por uma equipe da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), após reportagem da Gazeta do Povo mostrar que neste endereço o projeto de uma minipraça no espaço de uma vaga de automóvel virou mocó, com consumo de drogas e depósito de lixo. A Vaga Viva da Riachuelo foi a primeira inaugurada, em 2015, ainda na gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT),.

A Setran informa que a estrutura foi transferida para a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), parceira no projeto, em que alunos de Design assinaram o projeto. Segundo a Setran, a estrutura vai ser recuperada pela própria UTFPR, que deve reaproveitá-la em um de seus câmpus.

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O mobiliário urbano tinha por objetivo funcionar como uma minipraça, favorecendo o convívio de pedestres no Centro da cidade. Mas a falta de conservação transformou o espaço em dormitório de moradores de rua, além de área para consumo de drogas e até mesmo banheiro.Para Zilda Ielen, gerente de uma loja bem em frente à Vaga Viva, a retirada da estrutura foi uma alegria. “O lugar está limpo de novo”, comemorou.

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Segundo ela, o processo de remoção trouxe um fedor intenso para o local. “A gente viu a urina escorrendo. Tinha lixo de tudo quanto era tipo naquela estrutura. Resto de comida, fraldas, até baratas a gente viu”, relata Zilda.

Também comerciante da Rua Riachuelo, Noeli Zettel afirma que a ideia da Vaga Viva é boa, mas não funcionou no local. Tanto que ela prefere que o espaço seja mesmo usado como vaga de estacionamento. Os clientes reclamavam que não tinha lugar para estacionar”, pontua. Ela sugere que o mobiliário seja implantado em algum outro bairro da cidade. “As pessoas chegaram a roubar as plantas que tinham na estrutura”, conta.

Conceito

Por outro lado, a professora do curso de Design da UTFPR Jusmeri Medeiros, idealizadora do projeto, afirma que na Riachuelo o conceito da Vaga Viva não foi bem compreendido - em outros locais onde a estrutura foi instalada, como no Mercado Municipal e Centro Cívico, não há maiores problemas. “Curitiba já foi uma cidade inovadora. Hoje, infelizmente, a gente só vê retrocessos na questão urbana”, lamenta a professora. “As pessoas não se responsabilizam mais por nada. O espaço público não é de ninguém?O espaço público é de todo mundo”, cobra.

Chateada, Jusmeri afirma ainda que, após muita dor de cabeça, a retirada do mobiliário foi a melhor opção. “A universidade doou a estrutura para a prefeitura e para a cidade de Curitiba. E, de repente, quem estava responsável pela manutenção do espaço éramos nós. A prefeitura não assumiu a obra”, critica.

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