• Carregando...
Simpática e sociável, Filomena  já virou a mascote do bairro | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Simpática e sociável, Filomena já virou a mascote do bairro| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Jacu, Penelope ou cujá: esses são alguns dos termos usados para denominar uma ave que não costuma ser vista pelas ruas de Curitiba — mas que, há três anos, virou uma moradora ilustre do bairro Tarumã. Chamada carinhosamente de Filomena pela vizinhança, a fêmea tem hábitos inusitados. Além de ser totalmente dócil, criou sua própria rotina, aparecendo todos os dias às 7h da manhã para comer ração de cachorro em uma casa da região.

Veja a visita de Filomena à vizinhança do Tarumã

A história de Filomena com os moradores do bairro começou quando, em 2014, o gerente de vendas Luiz Carlos Lehmkuhl ouviu algumas batidas na porta de casa. “Eu achei que era o meu vizinho, que estava doente na época, precisando de alguma ajuda. Mas quando abri a porta, não vi ninguém”, conta Lehmkuhl, que só reparou que se tratava de uma ave bicando o vidro quando decidiu olhar para baixo.

“Assim que eu abri a porta, ela já começou a entrar, totalmente à vontade”, notou o gerente. Apesar do receio por não saber de que tipo de ave se tratava, Luiz Carlos logo simpatizou com as penas pretas - tanto que a nomeou no mesmo dia, deu a ela um pouco da ração de seu cachorro e instalou um pote com água na parte de fora da residência. Desde então, descobriu a espécie e o sexo do animal, e os encontros passaram a ser diários. Tanto que, mesmo quando o anfitrião não se está em casa, a visita é certa. “Precisei viajar para fora do país por um mês e, nesse período, eu acompanhava as câmeras de segurança da minha casa. Ela estava sempre lá às 7h da manhã”, relata o gerente de vendas.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Lehmukhl conta que nunca chegou a pegá-la no colo, por exemplo, mas que passa um bom tempo brincando de emitir sons que são correspondidos pela ave. Além disso, Luiz Carlos, que simpatiza com São Francisco de Assis e tem uma imagem do santo na parede da sala, tem certeza de que Filomena apareceu em busca de companhia. “Ela é muito sociável. Às vezes, passa o dia todo de casa em casa”, observa. Depois dos passeios, Filomena vai embora para o terreno do outro lado da rua, onde há um bosque que é sua moradia durante a noite.

Hoje em dia, as visitas de Filomena têm aprovação unânime na região. “Todo mundo gosta dela. Volta e meia aparece na horta da minha casa e come algumas verduras”, conta a aposentada Maria Gema Davin, que mora em frente à casa de Luiz Carlos. Mas a convivência nem sempre foi tão pacífica, segundo o anfitrião principal da ave: “No ano passado, começaram a acontecer alguns episódios de disparo de alarme em casas daqui do bairro. As pessoas começaram a acusar a Filomena de ser a culpada, mas depois descobriram que era culpa de um morador ”, lembra.

No fim, todos acabaram se acostumando com a presença de Filomena — e, inclusive, acham que é reflexo da boa conservação do meio ambiente na vizinhança: “Também já vi saguis por aqui, e o canto dos pássaros durante a manhã é sempre muito forte”, explica dona Maria Gema. Luiz Carlos, enquanto isso, pretende continuar alimentando a ave, sempre na esperança de que pessoas mal-intencionadas passem longe do animal que virou o xodó da região.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]