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Navio plataforma da Petrobras no campo de Libra | André Ribeiro/
Petrobras
Navio plataforma da Petrobras no campo de Libra| Foto: André Ribeiro/ Petrobras

O investimento privado e o consumo das famílias deverão ser o motor do crescimento em 2019, aponta Thiago Xavier, responsável pelo acompanhamento da atividade econômica na consultoria Tendências. A expectativa de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central é de que o produto interno bruto (PIB) cresça 2,55% no próximo ano e 2,5%, em 2020 e 2021. 

 Para assegurar esse ritmo de expansão, além das reformas prometidas, vai ser preciso contar com a expansão e a modernização das empresas. A Gazeta do Povo mapeou os 10 maiores investimentos anunciados em 2018, a partir do informe semanal de investimentos publicado pelo Bradesco. São mais de R$ 630 bilhões a serem aplicados até 2023. 

 Petrobras

  • Quanto: R$ 328,3 bilhões (US$ 84,1 bilhões) 
  • Quando: 2019-23 
  • No que: 93,3% dos recursos deverão ir para exploração, produção, refino, transporte e comercialização de petróleo e seus derivados e investimentos corporativos 
  • Status: início em 2019 

 Nos próximos cinco anos, a Petrobras pretende investir US$ 84,1 bilhões. Exploração e produção continuam sendo o que a empresa qualifica como “o mais importante motor de geração de valor da companhia”. Somente para o próximo ano, é estimado um crescimento de 10% na produção de óleo no Brasil e de 7% na produção total, devido à entrada em operação de três novos sistemas de produção. 

 Entre 2019 e 2023 serão colocados em operação 13 novos sistemas de produção, o que possibilitará, entre 2020 e 2003, um crescimento médio de 5% ao ano na produção total de óleo e gás. 

 A empresa está passando por um reposicionamento, por meio de uma gestão mais ativa do portfólio de refino, logística, comercialização e petroquímica integrados às atividades de produção de óleo e gás nacionais. Ela também pretende sair dos negócios de fertilizantes, distribuição de GLP e das participações e produção de biodiesel e etanol e planeja atuar em negócios de energia renovável, nos segmentos eólico e solar. 

 State Grid

  • Quanto: R$ 140 bilhões 
  • Quando: 2018-23 
  • No que: Geração e transmissão de energia 
  • Status: em andamento 

 O foco dos investimentos da chinesa State Grid nos próximos cinco anos será a atuação no segmento de transmissão para onde serão direcionados R$ 90 bilhões, segundo a Reuters. A empresa também avaliou o potencial para energia solar e eólica no Brasil, incluindo Bahia, Rio Grande do Norte e o Sul do Brasil. 

 Até junho do ano que vem, o grupo chinês pretende colocar em operação uma linha de transmissão que irá conectar a hidrelétrica de Belo Monte, no Noroeste do Pará, ao Sudeste, onde está concentrado o consumo de energia. 

 O investimento de R$ 9 bilhões está perto de ser concluído. Em meados de dezembro, de acordo com a Reuters, 98% das torres estavam construídas e 80% dos cabos estavam colocados. O início da operação está previsto para junho e a operação em carga máxima entre novembro de 2019 e março de 2020. 

 Vale 

  • Quanto: R$ 87,45 bilhões (US$ 22,4 bilhões) 
  • Quando: 2019-2023 
  • No quê: investimentos em expansão e em sustentabilidade 
  • Status: inicia em 2019 

 O pacote de US$ 22,4 bilhões em investimentos tem, entre os objetivos, aumentar até 2020 em um terço a produção anual de níquel; em 19%, a de cobre; em 66,7%, a de carvão; e em 2% a de minério de ferro. 

 Paralelamente, a Vale quer se tornar referência em sustentabilidade, por meio de uma mineração mais eficiente e sustentável;com produção de minério de ferro de alta qualidade e com menos emissões de dióxido de carbono; e aumentar a produção de níquel e cobalto para atender à crescente demanda dos dois metais para baterias de carros elétricos. 

 O pacote de investimentos para o próximo quinquênio também dá início a um plano com metas ambiciosas a serem atingidas até 2030: a Vale pretende ter 100% de autoprodução de energia limpa no Brasil, recuperar 100 mil hectares de área degradada no exterior, reduzir a captação de água nova em 10% e reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 16% 

 Vivo

  • Quanto: R$ 26,5 bilhões 
  • Quando: 2018-20 
  • No que: expansão das redes móveis 4G, 4G+ e da rede fixa com fibra 
  • Status: investimentos em andamento 

 A Vivo está expandindo suas redes móveis 4G e 4G+ e a rede fixa. E aguarda as mudanças no Marco Legal das Telecomunicações, com a aprovação do PL 79, que altera o atual modelo de concessão para autorização. 

 Isto, segundo o diretor regional Sul da empresa, José Carlos da Rocha Júnior, viabilizaria investimentos mais robustos em banda larga fixa. “Os clientes querem internet rápida e não orelhão. A fibra, por exemplo, já é o futuro da conexão fixa, por onde levamos a TV, o telefone e a internet de ultra velocidade.” 

 O executivo aponta que a empresa está confiante com a retomada da economia e com o aumento no consumo da população. No terceiro trimestre, a empresa investiu R$ 2,4 bilhões, o equivalente a 22,2% da receita líquida operacional. O foco foi a ampliação da cobertura e a expansão das tecnologias de conexão. 

 Total

  • Quanto: R$ 16,26 bilhões 
  • Quando: 2018-23 
  • No que: investimentos na área de combustíveis 
  • Status: em andamento 

 O grupo petrolífero francês Total quer ficar mais conhecido no Brasil. Presente há 30 anos e dedicada à exploração e produção de petróleo em sete bacias, está entrando no segmento de distribuição e revenda de combustíveis. No final de novembro, adquiriu a divisão de combustíveis do grupo mineiro Zema, com 280 postos, presentes em São Paulo, Minas Gerais e Goiás. 

 Os franceses pretendem duplicar o número de postos em um prazo de cinco anos. A marca deverá ser implantada em 2019 e novos postos de combustível deverão ser abertos em locais selecionados. 

 “Ao entrar no mercado varejista, Total está confirmando seu relacionamento de longo prazo no mercado brasileiro. Pretendemos oferecer produtos de alta qualidade, excelência operacional e serviços inovadores aos consumidores brasileiros”, disse o presidente de marketing e serviços e membro do comitê do executivo do Total, Momar Nguer, ao anunciar o investimento.

 TIM 

  • Quanto: R$ 12 bilhões 
  • Quando: 2018-20 
  • No que: ampliação da cobertura de banda larga via fibra ótica e do alcance na tecnologia celular 4G 
  • Status: em andamento 

 Até 2020, a TIM pretende aplicar R$ 12 bilhões na ampliação da cobertura de banda larga via fibra ótica e do alcance da tecnologia celular 4G. Nos nove primeiros meses do ano, a TIM investiu R$ 2,57 bilhões, 3,3% a mais do que no mesmo período de 2017. O foco é a infraestrutura, que recebeu cerca de 85% dos recursos. Eles foram destinados a projetos de rede de transporte, tecnologia 4G e tecnologia de informação. 

 Segundo a empresa, no terceiro trimestre houve um crescimento importante nos investimentos em fibra, que começaram em 2017, e em cobertura móvel. Atualmente, 92% da população está coberta com a tecnologia 4G, o que corresponde a 3.172 municípios.

A empresa também prevê uma maior competição nos próximos meses, principalmente nos segmentos pré-pago e pós-pago puro.

 CPFL Energia

  • Quanto: R$ 10,4 bilhões 
  • Quando: 2018-21 
  • No que: 94% dos recursos serão aplicados em distribuição 
  • Situação: investimentos em andamento 

 Com mais de 9,4 milhões de clientes atendidos em quatro estados - SP, PR, RS e MG -, a CPFL está desenvolvendo um pacote de investimentos que serão aplicados na modernização, expansão e digitalização da rede.“É necessário olhar para o futuro, onde predominarão tecnologias como o carro elétrico e unidades de armazenamento de energia”, diz Rafael Lazzaretti, diretor de estratégia e inovação da companhia. 

 Somente em 2019 serão investidos cerca de R$ 2,1 bilhões. Segundo o executivo, a empresa está apostando muito na recuperação da economia. As prioridades para este ano são a implantação e expansão de ativos elétricos, como subestações e redes e a troca de ativos depreciados. 

 Pesquisa e desenvolvimento estão entre as prioridades da empresa de energia, que tem fortes ligações com startups, e vem desenvolvendo estudos sobre veículos elétricos e concluiu uma pesquisa sobre armazenamento de energia em baterias que demandou um investimento de R$ 60 milhões. 

 Aprosoja-MT

  • Quanto: R$ 8,7 bilhões 
  • Quando: 2019-2026 
  • No quê: Construção de ferrovia de 970 km entre Sinop (MT) e Miritituba (PA) 
  • Status: Depende de licitação 

 Entre os maiores investimentos, o que mais depende de uma definição governamental é a construção da Ferrogrão, uma ferrovia de 970 km que ligaria SInop a Miritituba, às margens do rio Tapajós, para escoar a safra de grãos do Norte do Mato Grosso. A intenção, segundo o diretor do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, é o de atender a uma demanda projetada de 50 milhões de toneladas de grãos ao ano, a produção prevista para 2030. 

 Para facilitar o desenvolvimento do projeto, parte do

funding
tradings

 Inicialmente, ela funcionaria como uma ferrovia dedicada, mas com a construção de um trecho de 160 km entre Sinop e Lucas do Rio Verde poderia se integrar a outras ferrovias que estão em projeto, como a Ferronorte e a Ferrovia da Integração do Centro-oeste, o que facilitaria o envio da produção a outras regiões e o recebimento de insumos usados na produção de grãos. 

 A expectativa de Ferreira é de que as obras sejam licitadas já no próximo ano. Os dois primeiros seriam dedicados à elaboração do projeto executivo e à obtenção das licenças ambientais. Nos cinco seguintes seriam realizadas as obras de implantação da ferrovia.

Fiat

  • Quanto: R$ 8 bilhões 
  • Quando: 2018-23 
  • No que: Modernização da fábrica de Betim (MG)
  • Status: investimentos em andamento 

 Até 2023, a Fiat pretende aplicar R$ 8 bilhões na expansão de sua unidade em Betim (MG), a maior do mundo do Grupo FCA. Segundo a empresa, os recursos permitirão ampliar a gama de produtos da montadora e fortalecerão a presença no mercado brasileiro e latino-americano. 

 A unidade está sendo totalmente renovada e o indutor dessa mudança é o lançamento de novos produtos. A montadora pretende fazer 15 até 2023 nos próximos cinco anos, entre carros novos, renovações de modelos e séries especiais. A expectativa é de que sejam gerados mais de 8 mil postos de trabalho diretos e indiretos em toda a sua cadeia produtiva.

Klabin

  • Quanto: R$ 7,5 bilhões (US$ 2 bilhões) 
  • Quando: a definir 
  • No quê: fábrica integrada de celulose e papel 
  • Status: em análise 

 A Klabin estuda investir US$ 2 bilhões em uma nova fábrica. O projeto, que está em análise, prevê a construção de uma fábrica integrada de celulose e papel. Segundo o jornal Valor, a previsão é de implantar uma nova linha de celulose de 1 milhão de toneladas por ano e uma máquina integrada de kraftliner, de 450 mil toneladas por ano. 

O novo ciclo de investimentos da Klabin está focado na inovação. Só nos últimos três anos, a empresa investiu aproximadamente R$ 70 milhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Entre elas, está um centro de tecnologia, em Telêmaco Borba (PR), dedicado a pesquisas nas áreas de qualidade da madeira, desenvolvimento de novos produtos e aplicações em celulose e papéis para embalagem, novas rotas tecnológicas com base florestal e meio ambiente e sustentabilidade. 

 A empresa também está investindo R$ 32 milhões na construção de um parque de plantas piloto, que possibilitará simular uma nova unidade fabril, onde serão realizados estudos e testes em frentes de pesquisa como em celulose microfibrilada e lignina, desenvolvimento de novos produtos e aplicações cada vez mais sustentáveis.

A expectativa é de que essa unidade entre em operação no final de 2019. “Os investimentos da Klabin em pesquisa, desenvolvimento e inovação nos permitirão desenvolver soluções ainda mais sustentáveis”, diz Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin.

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