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VAREJO

21 lojas terão ação de Black Friday investigadas em SP

Procon paulista reuniu pelo menos 87 denúncias de descontos forjados. Mas as principais reclamações foram pelos descontos pouco agressivos, bem diferentes da tradição americana

Fila em frente à Associação Comercial: nome limpo para voltar a comprar | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Fila em frente à Associação Comercial: nome limpo para voltar a comprar (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

O Procon-SP informou ontem estar investigando denúncias contra 21 lojas que aderiram no Brasil à Black Friday, a tradição norte-mericana que leva o varejo a liquidar estoques pouco antes da época de Natal. Segundo o órgão estadual, as investigações foram abertas com base em pelo menos 87 queixas compartilhadas em redes sociais. Duas lojas estão no grupo das sete que respondem a processos administrativos desde 2012 por suspeita de forjarem descontos para a liquidação.

Segundo o órgão estadual, as denúncias a serem apuradas tratam novamente de maquiagem de descontos – a prática de aumentar os preços pouco antes da oferta para dar a impressão de que os descontos foram altos. O Procon-SP anunciou que o resultado das apurações, que inclui a posterior defesa das empresas, serão encaminhados ao Ministério Público.

Na lista de investigadas pelo Procon constam 15 lojas que fazem parte da ação do site Busca Descontos, a maior no país – neste ano, foram 96 lojas virtuais. Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, a Black Friday brasileira é uma iniciativa principalmente do comércio eletrônico. Mesmo com reclamações de consumidores sobre sites fora do ar e descontos nem tão agressivos assim, a ação do Busca Descontos vendeu R$ 174 milhões em produtos nas primeiras 12 horas de ontem.

A demanda por ofertas se refletiu no hotsite desenvolvido pelo Reclame Aqui para receber reclamações sobre a ação. Até as 19 horas de ontem, a plataforma registrava cerca de 5,6 mil denúncias, que ao longo do dia causaram instabilidade no próprio hotsite. Segundo a diretora do Reclame Aqui, Gisele Paula, o foco das reclamações mudou neste ano. Na madrugada – a ação começou à meia-noite de sexta-feira – o assunto eram as falhas de conexão. Depois, foram os erros técnicos no pagamento dos produtos do carrinho de compras.

Os preços começaram a ser o tema principal no fim do dia. Com uma diferença em relação a 2012: o número de denúncias sobre descontos maquiados caiu, mas as ofertas continuaram desapontando. Em uma parceria com o Procon-RJ, a associação Proteste registrou indícios de outra prática: o aumento de preços de produtos que não estavam em promoção. Segundo a entidade, a estratégia é questionável porque pode induzir consumidores a erro.

As reclamações sobre descontos que fogem aos da tradição americana têm cabimento. Enquanto as ofertas anunciadas nos EUA ontem tinham, em média, 70% de desconto, a média no site www.blackfriday.com.br foi de 20% segundo uma consultoria contratada como forma de dar transparência à ação depois das denúncias do ano passado.

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