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Confiar nas dicas de terceiros sem fazer a lição de casa está entre os principais erros na hora de investir. | Bigstock/
Confiar nas dicas de terceiros sem fazer a lição de casa está entre os principais erros na hora de investir.| Foto: Bigstock/

Warren Buffett, o maior investidor de todos os tempos, conseguiu cerca de 21% de retorno ao ano ao longo dos últimos 50 anos. Mesmo experiente, o americano já cometeu erros e teve que lidar com os altos e baixos das bolsas de valores. O caso dele é um grande exemplo de como a ansiedade por garantir resultados não é o caminho certo para o sucesso no mundo dos investimentos. Algumas atitudes podem acabar contribuindo para a falta de resultados positivos.Tiago Reis, CEO da Suno Research, casa de análise financeira especializada na produção de conteúdos para investidores individuais, selecionou os principais deslizes que devem ser evitados na hora de investir. Confira:

1. Grandes expectativas

“O mercado de capitais não vai te deixar rico da noite para o dia”, alerta Tiago. Segundo o CEO, o segredo é ser realista e não se deixar seduzir pela possibilidade de ganhos rápidos. O especialista comenta que é difícil ganhar no longo prazo ao operar nesses mercados sem preparo e experiência.

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2. Comportamento pró-cíclico

A bolsa de valores é regida por números, mas o comportamento pode ser determinante para se ter lucro ou prejuízo. Enquanto os bons investidores compram em momentos de pânico, os demais vendem desesperadamente. Enquanto os bons investidores vendem em momentos de euforia, os outros estão comprando. Nesse momento, a máxima de Warren Buffett é bem-vinda: “Seja ganancioso quando os outros estão com medo, tenha medo quando os outros estão gananciosos”.

3. Vender o lucro e segurar as perdas

Para Tiago, um erro comum é quando os investidores se desfazem de uma ação ao primeiro sinal de lucro. Ironicamente, as pessoas se desfazem dos lucros, mas mantém ações que causam prejuízos. “Equivale a colher as rosas e semear as ervas daninhas em um jardim. Depois de um tempo, a paisagem não será agradável”, alerta o CEO. O ensinamento é claro: não é preciso ter pressa para vender posições lucrativas. Em contrapartida, uma ação que caiu por conta de uma mudança estrutural deve ser vendida. “Se a ação tiver caído por uma razão conjuntural, não se preocupe. Geralmente a ação volta”, tranquiliza.

4. Foco em apenas uma métrica

Os indicadores são importantes, mas são apenas instrumentos de análise. Se o investidor se guia apenas por métricas, ele corre o risco de tomar decisões com base em informações incompletas. “Investir em ações de dividendos é recomendável, mas você precisa analisar a capacidade de pagamento da empresa”, alerta Tiago. Muitas empresas que pagam dividendos elevados não têm capacidade de sustentar esses dividendos ao longo do tempo.

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5. Excesso de confiança

O excesso de confiança pode ser um comportamento tóxico em inúmeros aspectos da vida. O exagero faz com que as pessoas acreditem que são mais espertas ou mais capazes do que realmente são. No mundo dos investimentos, investidores confiantes demais acabam comprando e vendendo ações mais rapidamente e frequentemente que os outros e sempre pensam que sabem. Com esse comportamento, eles correm o risco de não enxergar obstáculos ou o contexto que pode influenciar no futuro da ação adquirida. “Movimentar muito a sua carteira é muito custoso e isso por si só, já impacta seu retorno final”, aconselha Tiago.

6. Viés de Confirmação

Muitas vezes o investidor acaba apenas considerando e avaliando os pontos que estão de acordo com suas ideias ou com a opinião que já possuía. Ao negligenciar dados e fatores que vão ao sentido contrário, o investidor pode ignorar resultados que seriam ainda melhores para sua carteira. Tiago recomenda considerar os pontos positivos e pontos negativos mesmo que o investidor não se sinta confortável. Assim, a visão sobre o mercado se torna mais plural e dinâmica diante de determinadas situações.

7. Confiar plenamente em dicas de terceiros

Buscar as dicas de especialistas e daqueles com mais experiência é um comportamento comum. O problema, segundo Tiago, é quando os investidores buscam “coisas prontas” e se desleixam na hora de fazer uma análise própria do mercado. “Não era incomum vermos investidores sendo orientados por outras pessoas a comprarem ações da OGX “de olhos fechados”, já que o próprio Eike Batista projetava ser o homem mais rico do mundo em poucos anos”, lembra o CEO. Dicas infalíveis ou segredos de sucesso raramente apresentam os resultados prometidos. Apostar na própria experiência, mesmo que demande tempo, é a melhor estratégia.

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8. Paralisia de escolhas

Muitas escolhas podem levar o investidor a uma paralisia de decisão devido ao excesso de informações sobre qual decisão tomar. Com muitas opções e escolhas, o investidor acaba estático, e assim, pode perder oportunidades. Quando o mercado tem oportunidades e várias opções, o recomendável é ter foco e separar algumas das possíveis escolhas preferidas. O próximo passo é excluir as opções que o investidor considera menos interessantes ou que tenha pouco conhecimento, para então analisar e decidir quais ativos comprar.

9. Não pensar como portfólio

Outro erro comum apontado por Tiago é quando o investidor ignora ou esquece que sua carteira trata-se de um portfólio. Sendo assim, a carteira deve ser avaliada e analisada como um todo, pelo seu retorno geral, e não apenas considerando o retorno isolado de um ativo. Momentos ruins também acontecem e acabam desvalorizando o ativo, o que é comum. “Evite vender um ativo simplesmente porque ele caiu e você acha que ele está prejudicando a rentabilidade total da sua carteira, sem entender a real situação que envolve a empresa.”

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